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Empresa alvo de operação nega acusações e diz que nenhum usuário do SUS deixou de ser atendido

Da Redação - Wesley Santiago

A defesa da empresa LB Serviços Médicos, patrocinada pelo advogado Carlos José de Campos, negou as acusações feitas pela Polícia Civil, que deflagrou a 'Operação Espelho', com intuito de investigar irregularidades na execução de contratos de serviços de médicos plantonistas do Hospital Metropolitano, em Várzea Grande (contratos 098/2020/SES/MT e 102/2020/SES/MT).

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Foram expedidos quatro mandados de busca e apreensão em desfavor da ex-diretora do Hospital Metropolitano, da fiscal dos contratos, da empresa investigada e do seu proprietário. O sócio administrador da LB Serviços Médicos Ltda é Luiz Gustavo Castilho Ivoglo. 

Em nota, a empresa pontua que os  valores globais dos dois contratos investigados (98 e 102/2020) perfazem o montante de R$ 1.348.560,00. Além disto, tiveram vigência de 180 dias, entre maio e outubro/2020, sendo que a empresa recebeu aproximadamente 30% (trinta por cento) dos valores previstos e está sem pagamento desde agosto de 2020, mesmo tendo trabalhado todo o período de vigência.

"Os serviços foram todos executados durante a fase mais severa da Pandemia e nenhum usuário do sistema único de saúde deixou de ser atendido. Confiamos na justiça e nela demonstraremos a verdade real dos fatos, sendo que todos os diretores sempre estiveram à disposição das autoridades", finaliza a nota.

A apuração teve início após a Deccor receber uma denúncia de que a empresa contratada para fornecer médicos plantonistas para o HMVG, nas especialidades de clínica, estaria disponibilizando número de médicos inferior ao contratado.

A CGE estimou, em relação aos dois contratos investigados, um prejuízo decorrente das irregularidades encontradas no valor de R$229.752,50.  

As investigações da Deccor também apontaram que a empresa investigada recebeu do Governo do Estado, apenas no período de pandemia (2020 e 2021), R$ 17.512.843,54, e foram empenhados R$ 23.201.670,61 relativos a serviços prestados em diversos hospitais sob a administração do Estado.

Por este motivo foi determinada que todas as contratações que motivaram estes pagamentos fossem auditadas pela Controladoria Geral do Estado (CGE), dentro do prazo máximo de 120 dias.

Em diligência de investigadores da Deccor e auditores da CGE in loco no hospital, foi requisitada a documentação contendo os registros dos espelhos das folhas de pontos dos plantões dos médicos fornecidos pela referida empresa.

Com base nessa documentação, a CGE elaborou um relatório de auditoria que apontou diversas irregularidades na execução dos contratos, como pagamentos de plantões médicos de Infectologia não comprovados nos meses de maio e junho de 2020; liquidação de plantões médicos de infectologia não comprovados no mês de agosto de 2020; pagamentos de plantões médicos de infectologia antes do cadastro do profissional no sistema MVP; alteração de documentos públicos; pagamentos de plantões médicos de cirurgia geral não comprovados no mês de junho de 2020; pagamentos de plantões médicos de cirurgia geral antes do cadastro do profissional no sistema MVP e pagamentos de plantões médicos de cirurgia geral para profissionais não habilitados na especialidade médica.

 
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