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Cuiabá aguarda decisão do Ministério da Saúde sobre antecipar aplicação de segunda dose da AstraZeneca

Da Redação - Wesley Santiago

Algumas cidades do Brasil decidiram reduzir o  intervalo entre a primeira e a segunda dose da vacina AstraZeneca, com o objetivo de ampliar a proteção da população contra a variante delta do coronavírus, que coloca em perigo a imunização no país. Porém, questionada pelo Olhar Direto, a Prefeitura de Cuiabá pontuou que isso só deve acontecer por aqui caso haja uma decisão do Ministério da Saúde.

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Já divulgaram a redução do intervalo cidades dos seguintes estados: Pernambuco (60 dias), Acre (45 dias), Santa Catarina (70 dias), Tocantins (80 dias), Espírito Santo (70 dias) e Piauí (70 dias).

Houve ainda mudanças pontuais para grupos ou faixas etárias: Ceará, Alagoas e Sergipe. O estado de São Paulo também manifestou a intenção de encurtar o prazo, mas disse ainda depender de aval da Anvisa.

Em Cuiabá, a prefeitura disse que "em relação à possibilidade de reduzir o intervalo de aplicação entre a primeira e a segunda dose da vacina Astrazeneca, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informa que segue as determinações do Ministério da Saúde, através do Plano Nacional de Imunização. Portanto, qualquer alteração em relação ao prazo de aplicação, deverá ser precedida de normatização por parte do Ministério da Saúde".

O Ministério da Saúde escolheu o maior prazo previsto em bula para aumentar o total de pessoas vacinadas com ao menos 1 dose, já que a AstraZeneca oferece proteção parcial de 76% já 21 dias após a primeira aplicação.

A bula da vacina informa que "a segunda injeção pode ser administrada entre 4 e 12 semanas após a primeira".
Em nota ao G1, a  AstraZeneca reafirmou em nota que "os estudos realizados até o momento demonstram que a vacina é eficaz na prevenção da Covid-19 sintomática quando aplicada neste intervalo de tempo", de 4 a 12 semanas. A farmacêutica disse, ainda, que a vacinação com a segunda dose após 60 dias "foi avaliada em estudos clínicos – e, por isso, está aprovada".

Já o Ministério da Saúde informou que "acompanha a evolução das diferentes variantes do Sars CoV-2 no território nacional e está atento à possibilidade de alterações no intervalo recomendado". A pasta também disse que "o tema foi, inclusive, discutido amplamente na Câmara Técnica Assessora em Imunizações, em reunião realizada no dia 2 de julho deste ano, sendo que o parecer (...) foi a de manutenção deste intervalo".

Nesta quinta-feira (8), a revista científica "Nature" apresentou um estudo assinado por cientistas do Instituto Pasteur e do Centro Nacional de Pesquisa Científica da França (CNRS, na sigla em francês). Os resultados mostram que a delta é parcialmente resistente a alguns tipos de anticorpos, mas que duas doses da vacina da Pfizer ou da AstraZeneca/Oxford são capazes de neutralizá-la.

Também ao G1, a AstraZeneca apontou outra pesquisa feita pelo governo do Reino Unido que demonstra a eficácia da vacina. O documento sobre o artigo publicado pela farmacêutica diz que "duas doses da vacina COVID-19 AstraZeneca são 92% eficazes contra a hospitalização devido à variante delta e não mostraram mortes entre os vacinados", dados divulgados com base no estudo.
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