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“Para mim é como se fosse ontem, eu carrego todo dia essa dor”, diz mãe de Isabele um ano após morte da filha

Da Redação - Vinicius Mendes

O dia 12 de julho de 2020 foi marcado por uma tragédia no condomínio Alphaville em Cuiabá. A adolescente Isabele Guimarães Ramos foi morta, aos 14 anos, com um tiro no rosto, disparado pela própria amiga, uma outra adolescente. Um ano após o ocorrido a mãe de Isabele, Patrícia Guimarães Ramos, disse que revive a dor todos os dias e ainda espera Justiça contra os pais da jovem autora do crime, que está internada no Centro de Ressocialização Menina Moça desde janeiro deste ano.
 
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“Tem sido uma luta, foi um ano que passou, mas para mim é como se fosse ontem, eu carrego todo dia essa dor, essa tristeza, essa saudade mesmo, pela ausência dela, então tem sido difícil para mim e minha família. É uma tragédia que vivemos dia após dia, na esperança de que um dia esta dor amenize”, disse Patrícia ao Olhar Direto.
 
Patrícia disse que sente que a Justiça está sendo feita, mas até o momento apenas parcialmente, já que nem todos os envolvidos no crime receberam suas sentenças. “Ainda tem um longo caminho a percorrer”, afirmou.
 
A família de Isabele irá realizar nesta segunda-feira (12), às 19h, um ato em memória à adolescente. Eles irão se reunir em frente à rotatória do Alphaville 1, no Bairro Jardim Itália, para fazer uma oração. O convite é aberto a todos, mas a família pede a doação de 1kg de alimento não perecível, e tudo o que for arrecadado será doado a famílias carentes. Além disso, será obrigatório o uso de máscara e distanciamento de 1,5m entre cada pessoa. A família também pediu que as pessoas que foram usem camiseta ou vestimenta branca.
 
“Hoje está sendo um dia difícil para mim, de umas semanas para cá tenho vivido vários filmes na minha memória, é muito difícil perder um filho, ainda mais nestas circunstâncias, eu ando realmente muito triste”. 
 
O caso
 
Isabele Guimarães Ramos, 14 anos, foi morta com um tiro no rosto disparado de uma pistola calibre 380. Ela morreu dentro do banheiro da casa que pertence à família Cestari, no condomínio Alphaville, no dia 12 de julho de 2020.
 
Quem efetuou o disparo foi a melhor amiga de Isabele, um adolescente de também tinha 14 anos. Ela teria dito aos policiais que por um descuido, o case onde estavam as armas caiu de sua mão e no momento de pegar a arma ela disparou. A versão, no entanto, não foi comprovada pela perícia. O corpo de Isabele foi localizado dentro do banheiro, com a cabeça voltada para o box. A bala transfixou a cabeça e saiu na nuca.
 
Internação
 
A internação imposta em janeiro, em face da adolescente que matou a amiga, vale por tempo indeterminado. Conforme sentença assinada pela juíza Cristiane Padim da Silva, da 2ª Vara Especializada da Infância e Juventude de Cuiabá, a medida socioeducativa será reavaliada semestralmente.
 
Concluiu-se na investigação que a adolescente, no mínimo, assumiu o risco ao apontar a arma para o rosto da amiga e não verificar se estava pronta para o disparo. Ela recebeu a pena máxima prevista em lei.
 
Ainda conforme sentença, a internação foi aplicada levando em conta a prática do ato infracional equiparado ao crime de homicídio qualificado em face de Isabele Guimarães Ramos. Há nos autos o esclarecimento de que o prazo da medida socioeducativa não pode ultrapassar três anos.
 
 O crime aconteceu em julho de 2020 e ganhou repercussão nacional após ser tema de uma reportagem do programa dominical Fantástico, da Rede Globo.
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