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Emanuel estranha acusações de ex-secretária e questiona se Elizeth prevaricou por não ter denunciado suposto esquema

Da Redação - Airton Marques

O prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) afirmou ser estranho o fato de a ex-secretária de Saúde, Elizeth Lúcia de Araújo, denunciar suposta existência de esquema ilegal dentro da Pasta quase três anos após ser exonerada do cargo. Em depoimento à CPI dos Medicamentos Vencidos, na Câmara de Cuiabá, a ex-gestora afirmou que encontrou um sistema fraudulento de compra de medicamento, em que a empresa Norge Pharma, responsável pela administração do Centro de Distribuição de Medicamentos e Insumos (CDMIC), faturava um item, mas entregava outros.

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Diante das declarações, Emanuel questiona os motivos pelos quais a secretário não denunciou as supostas irregularidades aos órgãos de fiscalização. Garante que nunca foi informado pela então secretária, sobre qualquer suspeita. Elizeth esteve à frente da Pasta entre janeiro de 2017 e março de 2018.

“Nunca (fui procurado por ela). E porque ela não entregou o cargo, já que foi isso? Se você tem dignidade, se você está cismado de fazer algo errado, ou denuncia para o prefeito oficialmente ou entrega o cargo. Não fez uma coisa nem outra até ser exonerada em abril de 2018. Lamentável. Não sei por que, se está tendo algum interesse, se está ressentida por ter saído do cargo, mas deixa, o tempo é o senhor da razão e a forma como ela falou mostrou a fraqueza das palavras, sem nenhuma prova, sem nenhum documento. E por ter sido a secretária, eu achei que ia apresentar pelo menos contra as empresas, alguma formalização. Mas, não foi o que eu vi”, afirmou.

Ainda no depoimento, a ex-secretária revelou ameaças veladas do representante da Norge Pharma, Dirceu Luiz Pedroso Júnior, e boicote dentro da própria Pasta por tentar cortar o suposto esquema. Neste sentido, reclamou da falta de apoio do prefeito. Emanuel, no entanto, declarou que caso as acusações sejam verdadeiras, Elizeth cometeu o crime de prevaricação.

“Prova?! Dois anos depois, secretária? Não mancha sua biografia, senhora é uma grande servidora, mãe de seis filhos, saiu pela porta da frente. Saiu porque já tinha cumprido a missão, não deu conta de avançar, mas fez o que ela pôde. Vocês tinham que perguntar para ela: você prevaricou, então?!”, questionou.

“Dois anos depois, tudo estranho isso. Não digo a Elizeth, mas o movimento, porque sabe que estou botando dedo na ferida da saúde. Tem problemas? Tem, mas todos esses problemas são de décadas, nenhum deles é novidade. Estou botando dedo como eu botei o dedo no velho pronto socorro. Estou achando que já estou contrariando muito interesse e as pessoas começam a me atacar de forma leviana, sem comprovação de nada. De forma que jogam para o ar. E o pior, tinham tudo na mão, podiam ter denunciado, oficializado, levado à Controladoria do município, ao Ministério Público, ao Tribunal de Contas. Não. Não fizeram nada disso. Isso se chama prevaricação”, pontuou.
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