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Delegado descarta que empresário tenha sido morto ao ser confundido com policial: “o alvo era ele”

Da Redação - Wesley Santiago

O delegado Marcel Gomes de Oliveira, da Delegacia de Homicídios e Proteção Pessoa (DHPP), descartou que Toni da Silva Flor, assassinado em agosto de 2020, tenha sido confundido com um policial rodoviário federal. O alvo do criminoso, Igor Spinozza, de 26 anos, desde o começo era o empresário.

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“Na verdade, essa história nunca existiu. Foi algo ventilado pela própria vítima, no momento em que foi socorrida. Falou para um amigo que não devia nada para ninguém e que teriam ido atrás de alguém parecido com ele. Com isto, começou a surgir essa questão do PRF”, explicou o delegado.
 
Marcel reiterou que o criminoso confessou o crime e que tinha o empresário e não o PRF como seu alvo. “Porém, ele não quis explicar o motivo e ficou em silêncio durante o restante do depoimento. Não paramos de trabalhar um único dia. Após este longo trabalho investigativo, conseguimos encontrar o suspeito”.
 
“A princípio, não tinha nenhuma relação com a vítima. Estamos aprofundando nisto”, acrescentou o delegado. Igor Spinozza tem passagens por roubo, porte ilegal de arma de fogo, falsa identidade e duas condenações por tráfico de drogas.

Igor Spinozza chegou à delegacia
 
Quando o suspeito chegou à delegacia, a mãe de Toni, Nice da Silva Flor, estava na porta. Ela gritou para Igor e questionou: "Porque você fez isso?".
 
Desabafo da mãe
 
“Desejo que ele pague o que ele fez. Porque meu filho não merecia, era um bom filho, um bom pai, bom marido, nunca falou nada em casa para eles. Trabalhador”, disse Nice da Silva Flor, 68, mãe do empresário, à imprensa em frente à delegacia.
 
Segundo Nice, mesmo um ano após o caso, ela ainda busca por respostas, e o que sabe é apenas que queriam matar um policial federal e confundiram com Toni. Nice contou que vai quase todos os dias à delegacia em busca de respostas.
 
“Foi muito sofrimento, deixou três bebezinhas pequenininhas. Elas choram muito, reclamam muito. Elas trouxeram da escola presentinho para o papai [e falaram] ‘pra quem eu vou dar, que todo ano eu dou pro meu papaizinho? Meu papai é o melhor papai do mundo...’”, lamentou. “A pequenininha esses dias foi lá em casa, ajoelhou no chão e falou, vó, estou orando para o papai voltar para eu dar o presentinho dele”, completou Nice.

 
O caso
 
Conforme as informações do boletim de ocorrências, Toni chegou a academia, desceu do carro e seguiu para dentro do estabelecimento. No meio do caminho, um homem, sentado em uma motocicleta e com a cabeça baixa, perguntou se ele era o “Michel policial federal”.
 
Antes que o empresário pudesse responder, o criminoso efetuou quatro disparos de arma de fogo. A vítima ainda conseguiu correr para dentro da academia e pedir ajuda a um professor que estava no interior do estabelecimento.
 
O empresário foi socorrido às pressas pelas testemunhas e encaminhado para o Hospital Municipal de Cuiabá (HMC), onde passou por cirurgia de emergência. Ao todo, foram confirmadas quatro perfurações.
 
Na academia, realmente existe um aluno chamado Michel, que é policial federal. O homem teria o mesmo veículo que o empresário, o que teria causado a confusão por parte do assassino.
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