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Eduardo Leite defende revisão de direitos dos servidores e diz que PSDB deve apostar em quem tem mais viabilidade eleitoral

Da Redação - Isabela Mercuri / Da reportagem local - Max Aguiar

O governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite (PSDB), que esteve em Cuiabá no último sábado (11), afirmou que a solução para o Brasil é aumentar as privatizações, aprovar a reforma administrativa e rever os benefícios dos servidores públicos. Ele também afirmou, em entrevista coletiva, que pode trazer uma nova visão à presidência da República, já que é do Rio Grande do Sul e quase todos os candidatos tucanos ao cargo sempre foram de São Paulo, e que o PSDB deve apostar em quem tem mais viabilidade eleitoral.

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“Primeiro passo é a gente estabelecer sobriedade do ponto de vista institucional, e isso gera por si só um problema. O país tinha R$ 150 bilhões em déficits nas suas contas em 2016, começou a tentar fazer uma curva de redução desse déficit, e aí a pandemia e gera um déficit nas contas de R$ 800 bilhões. O país tem que demonstrar clareza na responsabilidade fiscal, não pode ficar ameaçando romper o teto de gastos, tem que avançar na agenda de reformas, a reforma administrativa tem que ser verdadeiramente profunda, e não superficial como a que está aí dada pelo governo”, afirmou, em visita à capital mato-grossense.
 
“Tem que fazer uma reforma profunda na máquina pública para dentro, com revisão dos benefícios do serviço público. Vai ter que avançar em programas de privatizações, e tem que deixar essa agenda clara, construir um ambiente político que faça com que investidores percebam que o governo terá capacidade de levar essa agenda adiante. Tem que parar de gastar energia em ataques institucionais, disputas com governadores, e melhorando esse ambiente político, mostrando capacidade de avançar nas reformas”, completou, dando ‘indireta’ ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que frequentemente entra em enfrentamento com os governadores.
 
Leite é pré-candidato em seu partido junto ao governador de São Paulo, João Dória, o senador Tassio Jereissati e o ex-senador Arthur Virgílio. Dória deve vir a Cuiabá nos dias 16 e 17 de setembro, também para conversar com os correligionários antes da votação de quem será o candidato do partido. O PSDB recentemente marcou sua oposição ao governo Bolsonaro e tenta se mostrar como uma ‘terceira via’ possível entre o atual presidente e o ex-presidente Lula (PT), que hoje lidera as pesquisas eleitorais.
 
A eleição interna do PSDB acontece no próximo dia 21 de novembro, quando todos os filiados têm direito a voto, mas com pesos diferentes para quem tem cargo. Leite e Dória têm protagonizado a disputa e viajado o Brasil em uma ‘campanha interna’. No sábado (11), Leite foi recebido inclusive pelo governador Mauro Mendes (DEM).
 
O governador do Rio Grande do Sul usou a seu favor o discurso de trazer ‘o novo’, visto que o PSDB historicamente tem candidatos paulistas, com exceção do mineiro Aécio Neves em 2014. “A disposição de fazer prévias no PSDB já demonstra uma disposição de não seguir a mesma receita de sempre, o estado de São Paulo também merece respeito, os paulistas que foram capazes de construir um estado forte, com uma expressão econômica que ajuda o Brasil. [...] Nem por isso significa que a candidatura automaticamente precisa ser daquele estado”, afirmou.
 
“Conversando aqui com Mato Grosso, por exemplo, [vejo] que a gente consegue enxergar o Brasil de outras formas que não apenas aquela concentrada em uma região.  Também estivemos muitas vezes às margens de decisões políticas, o Mato Grosso está para o oeste do Brasil de certa forma como o Rio Grande do Sul está no Sul, lá nas extremidades, quantas vezes fugindo da posição central de modelo. É importante que a gente possa trazer uma visão diferente a partir de diferentes realidades”, completou Leite.
 
O pré-candidato também citou que o PSDB deve apostar em quem tem mais viabilidade eleitoral, e não necessariamente experiência ou qualidades na gestão. A fala diz respeito, indiretamente, à alta rejeição do governador João Dória, principalmente pela ala bolsonarista do país.
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