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Mauro afirma que Emanuel não manda sozinho em Cuiabá e pede para que prefeito “pare de fazer birrinha”

Da Redação - Wesley Santiago

Após o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) subir o tom em relação a polêmica envolvendo a implantação do Ônibus Rápido de Trânsito (BRT), o governador Mauro Mendes (DEM) rebateu o adversário político dizendo que ele não manda sozinho em Cuiabá. Além disto, pontuou que o gestor está a serviço do povo e que pare de fazer “birrinha”. No fim de semana, o emedebista enfatizou que ele é quem decide pautas sobre o município.

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A fala de Emanuel veio após ele ser questionado sobre a polêmica envolvendo a aquisição dos 144 ônibus do transporte coletivo, que possuem portas à esquerda incompatíveis com o Ônibus de Trânsito Rápido (BRT). O prefeito chegou a bater o martelo dizendo que “o BRT não vai sair”.
 
“Ele não manda sozinho em Cuiabá, assim como não o faço em lugar nenhum. Tem outros poderes, o Ministério Público, a Câmara de Vereadores, muita coisa que manda junto. Vivemos uma democracia, quem manda é o povo. Ele é um empregado do cidadão. Está lá para trabalhar para ele. Não é para ficar de birrinha, fazendo este tipo de coisa. Acho lamentável este tipo de comportamento”, disse o governador Mauro Mendes, na manhã desta segunda-feira (20), à Rádio Capital.
 
Polêmica
 
Olhar Direto noticiou nesta quinta-feira (16) que os ônibus adquiridos pelas prefeituras de Cuiabá e Várzea Grande recentemente, em novas licitações do transporte coletivo, são incompatíveis com as estações do Bus Rapid Transit (BRT), que deverão ser construídas em substituição ao Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), nas duas cidades.
 
“Quem manda em Cuiabá, é o prefeito da Capital, ponto final. Ainda tive o cuidado de autorizar porta dos dois lados, digo que o BRT dificilmente vai sair. Mesmo sendo árduo defensor do VLT, quando comprei, pedi do lado esquerdo para que houvesse essa possibilidade do outro modal”.
 
Quanto a questão dos ônibus de piso baixo, Emanuel comenta que nunca foi notificado pelo governo do estado e que “ninguém avisou nada”. “A licitação correu três anos quase. Ampliei o prazo para mostrar transparência e respeito à impessoalidade e ilegalidade. Ninguém participou, notificou. Agora, depois de beneficiar a população com 144 ônibus, melhorando o transporte coletivo, eles vêm com essa história, a um ano das eleições? Dá para acreditar na boa intenção?”.
 
“Quem manda nas políticas públicas é Cuiabá. Dificilmente o BRT vai sair. É inviável, não é o melhor para a população. Existem várias ações em nível administrativo e judicial, que não foram decididas ainda. Teremos longo embate pela frente. Foram investidos mais de R$ 1 bilhão [no VLT]. Esse anteprojeto fica mais caro. É um tapa na cara da sociedade. Precisamos trazer para Cuiabá o que há de melhor e moderno. Só o VLT consegue trazer isso para a população. Além de tudo isto, não vamos permitir essa interferência indesejada, ilegal do estado, em assuntos do município”, finalizou.
 
Secretário confirma incompatibilidade
 
O secretário adjunto de Gestão e Planejamento Metropolitano da Sinfra, Rafael Detoni, confirmou na audiência pública desta quinta-feira (16), realizada para discutir o anteprojeto do Bus Rapid Transit (BRT), que será implantado em Cuiabá e Várzea Grande, confirmou que as portas à esquerda dos novos ônibus comprados pelas duas cidades recentemente não terão qualquer utilidade para o novo modal, já que são de piso alto e incompatíveis com as estações.
 
“A gente respeita. Mas eles foram notificados na apresentação do resultado, em dezembro. O governador deixou claro, inclusive para o secretário de Mobilidade Urbana, que seria de piso baixo. Era uma premissa do VLT, algo que veio do transporte ferroviário. Quando o prefeito [Emanuel Pinheiro] anunciou a chegada dos novos ônibus, encaminhamos nota técnica, em março, recomendando que aguardasse a conclusão do anteprojeto. Fizemos condicionamento de frota, quantos articulados, padrons, mas a prefeitura não quis considerar aquela nota e deu sequência no encaminhamento”, explica o secretário.
 
Detoni comenta que, os ônibus continuarão a servir a sociedade, que terá ônibus com ar-condicionado, mas que “as portas à esquerda não terão nenhuma utilidade, pois são incompatíveis com a altura das estações”.
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