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Notícias / Cidades

Dinheiro da Saúde era enviado a empresas de turismo e usado até para pagar despesas pessoais

Da Redação - Vinicius Mendes e Wesley Santiago

O delegado Charles Cabral, da Polícia Federal, afirmou que empresas de turismo, ou seja, que não prestam serviço de saúde, receberam transferências bancárias no intuito de ocultar os valores desviados no esquema que foi desarticulado na manhã desta quinta-feira (28), com a deflagração da segunda fase da 'Operação Curare', denominada 'Cupincha'. A atuação da PF também é no sentido de rastrear o dinheiro desviado.
 
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A Operação 'Cupincha', deflagrada na manhã desta quinta-feira (28) pela Polícia Federal, tem como objetivo investigar atos de corrupção e lavagem de capitais, envolvendo o desvio de recursos públicos destinados à saúde. O ex-secretário da Pasta municipal, Célio Rodrigues, é um dos presos. A sede da Cervejaria Cuyabana também foi alvo de buscas.
 
Conforme apurado na primeira fase da Operação Curare, um grupo empresarial, que fornece serviços à Secretaria Municipal de Saúde do Município de Cuiabá e que recebeu, entre os anos de 2019 e 2021, mais de R$ 100 milhões, manteve-se à frente dos serviços públicos mediante o pagamento de vantagens indevidas.
 
O grupo empresarial promovia supostas “quarteirizações” de contratos administrativos, que viriam a beneficiar, em última instância, o servidor responsável pelas contratações com a Secretaria Municipal de Saúde e Empresa Cuiabana de Saúde Pública, incluindo o pagamento de suas despesas pessoais.
 
De acordo com o delegado Charles Cabral, empresas de turismo e consultoria receberam transferências, na tentativa de evitar a identificação do rastreio de dinheiro. De acordo com o delegado, as buscas de hoje servem também para ajudar a descobrir o caminho trilhado por esses valores desviados. Ele também disse que alguns terceiros que participaram do esquema também já foram identificados. São apurados os crimes de corrupção ativa, passiva e lavagem de dinheiro.
 
A movimentação
 
Após o ingresso dos recursos nas contas das empresas intermediárias, muitas vezes com atividades econômicas incompatíveis, os valores passavam a ser movimentados, de forma fracionada, por meio de saques eletrônicos e cheques avulsos, de forma a tentar ocultar o real destinatário dos recursos.
 
A movimentação financeira também se dava nas contas bancárias de pessoas físicas, em geral vinculadas às empresas intermediárias, que se encarregavam de igualmente efetuar saques e emitir cheques
 
Paralelamente, o grupo empresarial investigado na primeira fase da Operação Curare promovia supostas “quarteirizações” de Contratos Administrativos, que viriam a beneficiar, em última instância, o servidor responsável pelas contratações com a Secretaria Municipal de Saúde e Empresa Cuiabana de Saúde Pública, incluindo o pagamento de suas despesas pessoais.
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