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Criança de 10 anos sofre queimaduras de segundo grau após ter contato com besouro

Da Redação - José Lucas Salvani

Uma criança de 10 anos, Danilo de Oliveira, sofreu queimaduras de segundo grau no pescoço após ter contato com um besouro, no bairro Boa Esperança, em Cuiabá. O caso aconteceu no último dia 30 de outubro e, para a mãe de Danilo, Daniela de Oliveira, serve de alerta para que outros pais fique atentos a possíveis casos tanto nos filhos como em animais de estimação.

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Daniela explica ao Olhar Direto que estava saindo de um condomínio no bairro no início da noite quando o filho começou a gritar e falar que “estava queimando”, como se algo estivesse rastejando pelo corpo. A mãe andou alguns metros até conseguir parar o veículo e viu a queimadura no pescoço da criança, mas não conseguia identificar como a criança havia se machucado de tal forma.

A mãe só foi descobrir que o ferimento era resultado de um besouro quando chegou em casa e encontrou o inseto. O animal teria entrado no carro momentos antes dos dois irem embora do condomínio, onde mora uma amiga de Daniela. Quando os dois estavam se despedindo da mulher, a porta do veículo estava aberta, o que pode ter facilitado a entrada do inseto. 

Apesar do susto, Danilo está bem e foi tratado em casa, graças a mãe e pai, que são enfermeira e médica, respectivamente.

Outros casos

Há cerca de dois meses, o empresário Everton Aparecido de Andrade, de 35 anos, também foi atingido por um besouro, mas dentro de sua própria casa. O inseto pousou em seu braço, porém Everton não se assustou e simplesmente o removeu. Minutos depois o braço começou a queimar e ficou ardendo por volta de dois dias. Ele carrega a marca do acontecimento até hoje.

A jornalista Natália Quatrina, de 27 anos, também foi uma das vítimas. O seu caso é mais antigo. Aconteceu há quatro anos, quando ainda morava em Rondonópolis (a 218 km de Cuiabá. Ela lembra de vestir uma roupa íntima e sentir o animal.

“Eu tinha uma mania de chegar em casa, cansada, e jogar as roupas em uma cadeira. Um certo dia, a rouba caiu no chão. Acordei super cedo, peguei e coloquei o sutiã. Nisso, senti e dei um grito. Queimo no peito e ficou parecendo uma marca de cigarro. Demorou muito tempo para aquilo sarar. Só não tenho certeza se é o mesmo [besouro]”.

Predadores

O besouro da espécie Neoaulacoryssus speciosus se proliferou em Cuiabá por conta das chuvas. De acordo com Adriana Gaíva Mattos Dalloglio, bióloga do setor de endemias e animais sinantrópicos da Unidade de Vigilância em Zoonoses (UVZ), é normal essa incidência maior nesta época do ano. Os bichos são atraídos pela luz durante a noite e, de dia, se abrigam em locais escuros e úmidos. Como se alimentam de outros insetos menores, que também são atraídos pela luz, são considerados predadores e devem ser preservados.

O besouro não é venenoso e nem transmite doenças aos seres humanos. No entanto, se apertado contra uma superfície, libera um líquido quente e de forte odor, podendo provocar queimação em peles mais sensíveis ou manchar a pele e/ou tecidos. A orientação é para que as pessoas evitem manter lâmpadas acesas na parte externa e interna das residências e evitem o contato com o besouro, devido ao risco de queimadura, que, dependendo da gravidade, pode necessitar de uma avaliação médica.
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