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Indígena de MT relata emoção e alegria ao ser primeira criança vacinada no Brasil: "Estou fazendo isso pela minha aldeia"

Da Redação - Wesley Santiago

Primeira criança vacinada no Brasil, o pequeno Seremramiwe Xavante, de oito anos, disse ter sentido um misto de emoção e alegria ao receber a primeira dose da vacina contra a Covid-19, na manhã desta sexta-feira (14), em São Paulo (SP). Nascido em Mato Grosso e de uma aldeia no interior do estado, ele reside atualmente em Piracicaba (SP), onde faz tratamento contra uma doença rara motora.

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"Eu já imaginava, mas eu estava um pouco nervoso. [Por que?] De emoção e alegria. [Você queria tomar a vacina?] Eu queria para ter mais proteção e eu estou fazendo isso para a minha aldeia", disse o garoto de oito anos em entrevista à CNN Brasil.
 

O cacique Jurandir Siridiwe, pai do garoto, que mora em Mato Grosso, acompanhou o evento da vacinação do filho virtualmente. Outras 14 crianças também receberam suas primeiras doses no mesmo local.

Davi se mudou para Piracicaba (SP) há um ano para se tratar de uma doença genética no Instituto da Criança do Hospital das Clínicas. Por causa do problema, ele tem dificuldades para andar e hoje usa uma prótese.

O governador João Dória esteve presente no ato, que marcou o início da imunização infantil para crianças de 5 a 11 anos, após semanas de resistência do governo Jair Bolsonaro (PL), que se contrapôs à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) na questão.

Davi foi escolhido de acordo com a recomendação do Plano Estadual de Imunização de São Paulo, que pede para que se priorize as crianças de 5 a 11 anos com comorbidades, deficiência, indígenas e quilombolas.

O garoto indígena é filho do cacique xavante Jurandir Siridiwe. Durante nove meses, ele viajou mensalmente com menino para a capital paulista para que ele se submetesse ao tratamento.

Com a mudança para São Paulo, Davi foi levado para a casa de uma tutora em Piracicaba que o acompanha nas consultas rotineiras que faz no HC, com médicos das áreas de reabilitação e neurologia.

O caso do menino é estudado pelos especialistas do Instituto da Criança, que procuram identificar as razões pelo qual ele perdeu parte dos movimentos das pernas. Os profissionais também fazem um estudo genético completo com ele, já que na tribo há outras crianças com sintomas similares.
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