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Diante de inércia do PT em decidir majoritárias, Edna opta por disputar cargo de deputada

Da Redação - Isabela Mercuri

A vereadora Edna Sampaio decidiu que irá se dedicar a uma candidatura de deputada estadual, depois de sua vontade de ser senadora não ter sido chancelada pelo Partido dos Trabalhadores. Segundo ela, o PT seguiu uma ‘estratégia errada’ de esperar, e não há governabilidade para enfrentar uma candidatura majoritária quando no final de janeiro ainda não há nada decidido. A petista afirmou que entende ser importante se colocar candidata para, inclusive, haver palanque para Lula, em uma eleição que classificou como muito importante.

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“Nós discutimos e colocamos nosso nome à disposição pro Senado. Mas a candidatura ao Senado é uma candidatura majoritária que depende de decisão partidária. Então eu não tenho governabilidade sobre essa candidatura. Nosso entendimento coletivo é que nós não podemos deixar de participar de uma eleição tão importante como essa em que nós queremos eleger Lula presidente. Então é importante nossa candidatura para poder fazer a mobilização social e garantir que aqui em Mato Grosso também a gente possa ter uma expressiva votação no presidente Lula, e nós queremos dar essa contribuição, mas a candidatura que nós temos governabilidade é de deputado estadual. A majoritária o PT não definiu nada ainda e nós achamos que estamos muito atrasados”, disse ao Olhar Direto.

Em dezembro, a vereadora publicou uma carta aberta dizendo que não tinha apoio do diretório estadual do partido para sua candidatura ao Senado. Diante disso, ela afirmou que buscaria apoio do Diretório Nacional e do ex-presidente (e possível pré-candidato) Lula para tentar viabilizar a campanha. Caso não conseguisse este apoio, estaria disposta a sair para deputada estadual, o que aconteceu.

Para a vereadora, são diversos os motivos que levaram o PT a não apoiar sua candidatura, dentre eles o ‘costume’ da sigla em participar das eleições em Mato Grosso através de alianças e abdicar do protagonismo. “Aí acabaram as coligações das proporcionais, e essa discussão da federação acabou fazendo com que o PT em Mato Grosso entendesse que o papel que o partido deveria fazer é esperar. E em política esperar não é necessariamente a melhor opção, especialmente quando se trata de um partido de esquerda que exige mobilização social, que exige organização para disputar e ganhar uma eleição”, argumentou.

Sampaio disse acreditar que este foi um erro de seu partido. “Nós achamos que não podemos ficar reféns de uma política de espera, então vamos começar a construir aquilo que está ao nosso alcance e construir que é a candidatura a deputado estadual”. Em relação aos colegas, a vereadora acredita que possa haver avaliações negativas de seu nome sair ao Senado, e que a inércia do partido aconteceu inclusive nas pesquisas.

“Nas pesquisas não aparece o nome do PT. Porque o PT não assumiu nenhum nome. E aí cada dia é um nome diferente sendo citado. Então essa é uma forma de tergiversar sobre o problema. Ficar citando nomes é uma forma de tergiversar e não enfrentar o problema e o problema é: nós temos nomes, os nomes estão colocados e nós não assumimos a construção desses nomes”, lamentou.

Agora, o futuro da candidatura petista ao Senado e ao Governo segue incerto, com alguns nomes colocados, mas pouca decisão. Dentre eles o da professora Enelinda e o do irmão do deputado Lúdio Cabral, o candidato derrotado à prefeitura de Cáceres James Cabral.

“A nossa ideia não era em absoluto disputar com nenhum dos companheiros. A nossa ideia era oferecer uma solução para um problema do PT, que é ter candidatos majoritários. Então nós apresentamos pro Senado, a gente avaliou que aí nosso problema seria o governo, mas se tem outros nomes se nós vamos ter que fazer disputa em relação a isso não tem sentido nós nos colocarmos nessa disputa, não é internamente a nossa disputa, a nossa disputa é externamente com o eleitorado, com a preferência do eleitorado, apresentar as melhores propostas, nosso projeto, representar bem o projeto que que o PT quer construir pro Brasil”, completou Edna.
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