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Mãe de garoto autista dá depoimento, pede menos preconceito e maior acesso ao diagnóstico

Da Redação - Airton Marques

Neste sábado (1) é comemorado o Dia Mundial da Conscientização do Autismo. Decretada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2007, a data chama atenção para esta deficiência, que atinge cerca de 70 milhões de pessoas em todo o mundo. Em Cuiabá, a especialista, mestre e doutora em Distúrbios do Desenvolvimento, Camila Albues, luta pela busca de independência do seu filho, Arthur, que é autista (nível 1, grau leve).

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Camila afirma que ao contrário de muitas famílias, não se envergonha em dizer que é mãe de uma criança autista. "Deus colocou ele na família certa. Trabalho com crianças especiais e sempre soube que Arthur tinha algo. Desde bebê, pra mim ele era diferente. Percebia, por trabalhar com crianças especiais no dia a dia.  Na hora de mamar ele não olhava para mim e tinha dificuldade com a fala. Meu marido me dizia que eu via coisas onde não existiam".

A mãe de Arthur conta ainda que neste período se deixou convencer que não havia nada de diferente com seu filho, apesar de Arthur não gostar desde pequeno de interagir. "Fiquei grávida de uma menina quando Arthur tinha 10 meses (Helena foi a maior benção que Deus pode dar ao Arthur, por estimulá-lo na fala e interação) e foi uma reviravolta em nossas vidas", contou.

Segundo Camila, Arthur sempre teve seu desenvolvimento motor normal. Com 1 ano e 1 semana andou, mas a comunicação e o contato visual eram sempre deficitários. "Todos me diziam que ele era preguiçoso, e eu, muito desesperada!  Ele colocava  os carrinhos em sequência, separados em cores e quando fazia um trajeto  diferente do dia a dia, ele se desorganizava".

A diferença, de acordo com a mãe, apareceu quando o menino foi para escola e, diante das dificuldades, procurou a opinião de neurologistas em Cuiabá e São Paulo, que confirmaram o diagnóstico. "Quero dizer que o diagnóstico não é o fim, e sim o início de uma melhor compreensão sobre o meu filho! Ele não deixa ser o Arthur, amável, autêntico, carinhoso, que gosta de abraços, gentil e inteligente. Ele se comporta de tal forma, e é tão capaz de nos surpreender, que às vezes até nos assusta. Capaz de entender a beleza de pequenos gestos que geram uma gratidão".



Camila ainda diz que a família já enfrentou muitos preconceitos, mas tem muito apoio. "Espero que muitas crianças possam ter esse privilégio de encontrar suporte e amparo na confirmação do diagnóstico, pois segundo pesquisas existem mais de dois milhões de autistas no país, mas apenas 10% são diagnosticados.
Que a sociedade possa julgar menos e se conscientizar que o autismo é apenas uma forma diferente de ver o mundo.  E que a inclusão social possa fazer parte de nosso dia a dia nos diversos ambientes da sociedade".

Para as mães com filhos autistas, Camila orienta que é preciso lutar. "Lute e busque seus direitos de tratamento e inclusão, porque o autismo é uma forma diferente de enxergar o mundo! que difere do padrão de comportamento cobrado pela sociedade. Precisamos entender que ser diferente é normal".

Camila é fisioterapeuta; mestre em Saúde pela UFMT; coordenadora de Neurologia da Faculdade Inspirar MT; especialista em fisio neuro-infantil pela PUC; especializada no Conceito Neuroevolutivo Bobath Avançado pelo JP Mães de Londres e NDTA/USA; pioneira em Terapia Intensiva - Pediasuit em Mato Grosso, dede 2012 pela Therapies 4 Kids USA; faz doutorado em Distúrbios do Desenvolvimento no Mackenzie SP, na luta por evidências científicas no tratamento; e responsável técnica na Clinica Vital Kids Reabilitação Infantil Avançada em Cuiabá. Maiores informações 65- 99255-0034 ou #vitalkidscuiaba.
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