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Senado decide se Suplicy será punido por emprestar gabinete a manifestantes

Folha Online

A Mesa Diretora do Senado vai decidir se o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) vai ser punido por ter emprestado o gabinete para 15 manifestantes que defendem a liberação do ex-militante italiano Cesare Battisti.

Segundo a Polícia Legislativa, eles ocuparam irregularmente o escritório do petista durante a noite de 9 de setembro, véspera do julgamento do pedido de extradição do italiano no STF (Supremo Tribunal Federal).

O primeiro-secretário do Senado, Heráclito Fortes (DEM-PI), recebeu nesta segunda-feira um comunicado da Polícia Legislativa do Senado informando que os manifestantes desobedeceram a orientação dos policiais e entraram no Senado por volta de 0h15 da véspera do julgamento e pernoitaram, chegando a espalhar colchonetes. Heráclito decidiu encaminhar o caso para a Mesa Diretora avaliar o que será feito. A Polícia do Senado alega que a ocupação foi irregular por ter sido fora do horário de funcionamento da Casa. Suplicy nega a irregularidade.

De acordo com o relatório da Polícia, o grupo acampou no gabinete do petista com o conhecimento dos senadores José Nery (PSOL-PA) e João Pedro (PT-AM). "Alguns manifestantes a favor de Cesare Battisti, que se encontravam acampados em frente ao Supremo Tribunal Federal se deslocaram para acampar no Senado Federal, mais precisamente no interior do gabinete do senador Eduardo Suplicy", afirma o documento.

A coluna Painel da Folha, editada por Renata Lo Prete, revelou o fato na semana passada. O senador se disse tranquilo quanto ao caso e não acredita em punição. De acordo com o petista, ele apenas fez um favor a uma velha conhecida dos movimentos sociais.

"Conversei com o senador Heráclito e expliquei que não fiz nada demais. Apenas, cedi a chave para o grupo utilizar o banheiro. Se você [jornalista] precisar, eu também vou emprestar. Não houve nenhuma ilegalidade nem invasão", afirmou.

Suplicy disse que tomou a decisão depois de ser informado que os defensores de Battisti foram impedidos pela Polícia Militar de permanecer em vigília em frente ao STF.

O STF suspendeu, na semana passada, o julgamento da extradição para a Itália de Battisti após pedido de vista do ministro Marco Aurélio Mello. Até a suspensão, quatro ministros do STF tinham considerado ilegal o refúgio político e, com isso, abriam caminho para a extradição de Battisti para a Itália. Outros três ministros votaram contra a extradição
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