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Notícias / Ciência & Saúde

Maio Roxo alerta para aumento dos casos de doenças inflamatórias intestinais

Da Assessoria

O mês de maio é voltado à conscientização sobre as Doenças Inflamatórias Intestinais, enfermidade que tem crescido quase 15% ao ano, conforme estudo realizado pela Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP). Estima-se que mais de 5 milhões de pessoas em todo o mundo sofram com algum desses distúrbios que não possuem cura.

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O diagnóstico precoce ajuda a estabelecer um tratamento para melhorar a qualidade de vida e é por isso que a SBCP chama a atenção para a campanha Maio Roxo. Com base em dados do DataSUS, a entidade observou as taxas de incidência e prevalência de distúrbios inflamatórios intestinais no Brasil de 2012 a 2020. Foram analisadas informações de 212.026 pacientes de ambos os sexos, sendo 140.705 com doença de Crohn e 92.326 com retocolite ulcerativa.

O registro de novos casos subiu de 9,41 por 100 mil habitantes em 2012 para 9,57 por 100 mil habitantes em 2020, uma variação anual média de 0,80%. A prevalência, que é a soma deles, passou de 30,01 por 100 mil habitantes para 100,13 por 100 mil habitantes no mesmo período, uma variação média de 14,87% por ano.

O médico Rodolfo Nunes Cerci, do Hospital São Judas, explica que para se chegar a um diagnóstico é preciso levar em consideração o histórico clínico, exames laboratoriais e a colonoscopia. Além disso, dentre os sintomas, estão alterações frequentes do hábito intestinal associado à diarreia com sangue/muco e ainda dores abdominais. Entre 15% e 30% das pessoas apresentam ainda manifestações extra-intestinais, como dor nas articulações, lesões de pele ou oculares.

A SBCP alerta também que os casos são mais frequentes em adolescentes e adultos jovens, de 15 a 40 anos, com causas relacionadas a fatores genéticos, imunológicos, ambientais, alimentares e alteração da flora intestinal. O tabagismo é um fator de risco para a doença de Crohn.

O especialista ressalta que, apesar de não terem cura, elas podem ser controladas por meio de medicamentos que inibam o processo inflamatório e os sintomas. Para isto, usa-se anti-inflamatórios tópicos, corticoides e medicamentos injetáveis.

O diagnóstico precoce é importante para evitar complicações. Isto porque, mesmo com o tratamento adequado, ainda é possível que os pacientes necessitem de cirurgia. “Como prevenção e até para quem já tem um diagnóstico, uma das orientações é que se mantenha uma alimentação saudável associada à prática de atividade física”, explica o profissional.

Para se garantir uma dieta adequada é importante a orientação de uma equipe multidisciplinar de médicos e nutricionistas, já que o tipo de alimento recomendado varia de acordo com a fase e gravidade da doença em cada paciente.
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