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Cuiabá é a 8ª cidade brasileira com maior índice de fumantes passivos em locais de trabalho

Da Redação

A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera o consumo de tabaco a principal causa de mortes evitáveis no mundo. Seu consumo está vinculado à ocorrência de mais de 10 tipos de cânceres, entre eles, o de pulmão. Neste, 90% das pessoas diagnosticadas são fumantes. Um indicador que pode ser alarmante para os cuiabanos, que representam hoje a 8ª cidade com maior índice de fumantes passivos em local de trabalho.

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Os dados são referentes ao estudo realizado pela Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), vinculado ao Ministério da Saúde. Nele, é apontado que, apesar do número de fumantes passivos ter sofrido uma queda em Cuiabá ao longo dos últimos dez anos, de 13,28% para 7%, ainda assim, os dados são preocupantes.

De acordo com a Vigitel, 7,41% dos adultos maiores de 18 anos fumam cigarro em Cuiabá. Além deles, o nível de fumantes passivos em domicílio é de 6,63%. Entre as capitais brasileiras, a cidade está como a 15° colocada em número de fumantes. Nesse panorama, os homens representam o dobro dos consumidores de tabaco em relação às mulheres, com 10,89%.

O estudo aponta ainda que pessoas de 35 a 44 anos são os principais consumidores, com 11,63%, seguidos dos que possuem entre 55 e 64 anos, com 11,54%. Enquanto isso, jovens com idades entre 18 e 24 anos são os que menos fumam em Cuiabá, com um índice de 6,38%.

De acordo com o cirurgião oncológico da Oncolog, Rafael Sodré de Aragão, os dados servem de alerta. “Quanto mais cedo a pessoa parar de fumar, menor o risco de adoecer. Parar de fumar sempre vale a pena e em qualquer momento da vida. Mesmo nos casos em que o fumante já esteja com alguma doença ocasionada pelo cigarro. Devemos restringir os locais onde são permitidos o consumo de tabaco, para tentar coibir esse hábito que é tão danoso à saúde”, diz Rafael.

Além do câncer, segundo Rafael Sodré, outros problemas comuns estão relacionados ao tabaco. Entre elas, a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), que atualmente afeta ao menos 300 milhões de pessoas no mundo, segundo os dados revelados pela OMS. “Ela é irreversível e, muitas vezes, provoca a piora da qualidade de vida do paciente, podendo inclusive levar a morte”, ressalta.

Para o médico Arnaldo Sérgio Patrício, que atua no Hospital São Judas Tadeu, tanto o fumante passivo, quanto o ativo, possuem sua saúde prejudicada e correm risco de morte. Por isso, o dia 31 de maio é trabalhado como o Dia Mundial Sem Tabaco. “Os números são alarmantes. Estamos vendo os dados referentes a pessoas que não consomem diretamente tabaco aumentar”. 

O câncer de pulmão pode ser o mais conhecido entre os afetados pelo consumo de cigarro, contudo, vários outros decorrem do seu uso. A pesquisa da Vigitel aponta o de laringe, faringe, estômago, cavidade oral, esôfago, pâncreas, fígado, rim, bexiga, colo de útero e leucemia. Arnaldo Patrício, no entanto, aponta ainda outros órgãos que são fortemente afetados pela ingestão das substâncias químicas que nele constam.

“Muitas das substâncias do cigarro são carcinogênicas. Depois de inaladas, elas entram na corrente sanguínea, são filtradas pelos rins e acabam sendo depositadas na bexiga. O que pode danificar células da região, aumentando a chance de surgir o câncer”, explica o médico. Ele aponta ainda que os prejuízos do tabagismo são cumulativos. Quanto mais tempo a pessoa fumar, mais danos sofrerá.
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