Os governadores tucanos de São Paulo, José Serra, e de Minas Gerais, Aécio Neves, disseram nesta terça-feira que são o "plano B" um do outro para encabeçar a chapa tucana para as eleições presidenciais de 2010 e apontaram a falta desse "plano B" na provável candidatura da ministra petista Dilma Rousseff (Casa Civil).

"Aécio é o meu plano B e eu sou o plano B do Aécio. Infelizes aqueles que não têm um plano B", disse Serra durante encontro com prefeitos do interior paulista, no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo.

Horas antes, Serra e Aécio almoçaram no palácio. Este é o segundo encontro entre eles em dois dias. "Temos uma situação que todos os partidos gostariam de ter, que é ter nomes e perfis distintos, mas com os mesmos objetivos sendo discutidos dentro do partido", disse Aécio.

O mineiro destacou que é um "privilégio do PSDB" ter um candidato com grande vantagem na pesquisa, como é o caso do governador paulista. Aécio disse ainda que entre eles não haverá a imposição de nomes para a próxima eleição, "porque sabemos que candidaturas impostas não têm desfechos felizes".

Em 2008, o tucano Geraldo Alckmin insistiu em disputar a prefeitura mesmo com o apoio velado de Serra ao democrata Gilberto Kassab.

O tucano reiterou que ele e Serra têm uma grande afinidade, para o "descontentamento ou desapontamento" de outras pessoas que estão em "outro campo político".

Lei Kandir

Os dois governadores criticaram o governo federal no caso dos recursos da Lei Kandir, já que a proposta orçamentária do governo federal para o próximo ano não contempla repasses.

Segundo Serra, isso deve ser, inclusive, tratado como uma questão suprapartidária, já que Estados com governos da base aliada também vão ter problemas fiscais por conta da falta destes repasses.

Ele citou como exemplo o caso do governo paraense, comandado pela petista Ana Júlia Carepa, que deixará de receber cerca de R$ 400 milhões.