Imprimir

Notícias / Política MT

Alinhado com a esquerda, Neri avisa que romperá com Mauro e base rachará se houver aliança com PL

Da Reportagem Local - Érika Oliveira/ Da Redação - Lucas Bólico

O governador Mauro Mendes (UNIÂO) e o deputado federal Neri Geller (PP), pré-candidato ao Senado, se reuniram por mais de três horas no fim da tarde desta quinta-feira (7) para definir se os dois serão aliados ou adversários na disputa eleitoral de outubro. Mendes, que é pré-candidato à reeleição, se aproximou politicamente do senador Wellington Fagundes (PL) e esboçou-se uma possível aliança. Neri, que tem o apoio do MDB, PP, PSD, proximidade com o PSB e costurou uma aliança com a federação PT-PV-PCdoB comunicou Mauro que estará com essas siglas em um projeto adversário caso Mauro tenha o PL em sua coligação.

Leia também:
Com aval nacional, Neri sacramenta aliança com PT e será ponte de Lula com o agronegócio
 
Mauro Mendes pediu mais uns dias e deve voltar conversar com Neri na próxima semana. “O governador Mauro me chamou ontem. Eu tenho um encaminhamento sim com a esquerda e conversei com Mauro e nós vamos conduzir aí nos próximos dias para a gente tomar uma definição. Na terça-feira vou estar e Brasília para outra reunião a nível nacional, conversar com a [deputada federal] Rosa Neide (PT), com o Valdir [Barranco] (PT) e a gente vai convergindo para consolidar uma aliança alinhada com a esquerda e conversando com o Mauro Mendes”, resumiu Neri, ao sair da reunião com o governador.
 
A aliança de Neri com o grupo político liderado pelo PT vem sendo costurada por lideranças nacionais e é considerada estratégica para a campanha do ex-presidente Lula reconstruir pontes com o agronegócio, segmento que apoiou em peso o presidente Jair Bolsonaro (PL) na última disputa eleitoral. Essas amarrações passam por debates com Lula, o ex-ministro Blairo Maggi, o senador Carlos Fávaro (PSD), e o vice de Lula, Geraldo Alckmin. Apesar disso, Neri diz que não há problemas em andar junto com Mauro Mendes se o governador apoiar Bolsonaro. O que Neri não aceita é uma aliança formal com o PL, algo que coloque na chapa de Mauro o nome de Wellington Fagundes ao Senado.
 
Neri, que já tem conversa avançada com MDB, PSD e PSB, insiste no argumento de que sempre esteve no grupo político do governador e lembra que Wellington, pelo contrário, disputou contra Mauro nas eleições de 2018. Para o deputado federal, uma aliança entre Mendes e o PL causaria um racha no grupo político e o governador já tomou consciência disso. “A partir do momento que começa a ter um racha na base dele, ele se acelerou um pouco e esse movimento que eu fiz também foi para ter uma decisão. Não posso ficar no Último dia da convenção [aguardando]. E eu avancei com a federação e esse avanço eu não vou recuar”, garantiu.
Imprimir