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Juiz que proibiu jornal de publicar dados de Fernando Sarney é afastado do caso

G1

O Conselho Especial do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) decidiu nesta terça-feira (15) afastar o desembargador Dácio Vieira da relatoria do processo em que ele proibiu o jornal “O Estado de S. Paulo” de publicar informações sobre a Operação Boi Barrica, que investiga o empresário Fernando Sarney, filho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).

A decisão liminar (provisória) de Dácio Vieira, no entanto, permanece válida, pois não foi alvo da análise desta terça-feira. Nesta tarde, o Conselho julgou apenas dois recursos do jornal, que pediam a declaração de suspeição do desembargador para analisar o caso.

Em um deles, o advogado do jornal, Manoel Alceu Ferreira, pedia que o desembargador fosse considerado suspeito de julgar o caso “devido à sua proximidade com a família Sarney”. O Conselho Especial do TJDFT, porém, não acolheu o pedido de declaração de suspeição.

O outro pedido, para que Dácio Vieira fosse afastado do caso “por ser inimigo capital” do jornal, os desembargadores levaram em consideração. Segundo a assessoria de imprensa do tribunal, o pedido foi acolhido não por ele ser "inimigo do jornal", mas por fatos que vieram depois da decisão liminar e geraram insegurança em relação à imparcialidade do desembargador para julgar o processo de Fernando Sarney contra “O Estado de S. Paulo”. Dácio teria feito críticas públicas ao jornal.

Assim, o Conselho determinou a redistribuição imediata do processo para um novo relator, que poderá cassar ou não a decisão inicial e também poderá optar por levar o caso direto para julgamento na 5ª Turma do TJDFT, que tem a prerrogativa de manter ou revogar a liminar.
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