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Jayme diz que 'não se faz omelete sem quebrar ovos', mas espera que Neri fique na base: "grupo não está esfacelado"

Da Redação - Érika Oliveira

Após o encerramento da coletiva de imprensa em que o governador Mauro Mendes (UNIÃO) anunciou que irá disputar a reeleição, na noite desta segunda-feira (18), o senador Jayme Campos (UNIÃO) pediu a fala para “esclarecer” o contexto da ruptura do grupo político com Neri Geller (PP) e Carlos Fávaro (PSD). Ele disse lamentar o rumo que a aliança tomou desde a tese de palanque aberto apresentada por Mendes na semana passada, mas minimizou a perda dos aliados, embora tenha citado esperança de que os dois fiquem na base governista.

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“O grupo não está esfacelado, aqui está mais forte do que se pensa. Aqui temos um timaço. Agora, é evidente que quando vai fazer uma omelete é preciso quebrar os ovos. Então, vamos começar a definir o jogo aqui e deixar a coisa bem clara: a chapa está quase composta, falta só materializar, carimbar e registrar em ata”, disparou.

A declaração de Jayme se deu após a reportagem do Olhar Direto questionar Mauro Mendes se ele estaria confortável com a composição do palanque que estava se formando, com Wellington Fagundes (PL) como candidato ao Senado. O parlamentar do PL era o único presente na coletiva, entre os pré-candidatos que disputavam o apoio do governador.

“É natural que cada um construa seu projeto político de acordo com suas conveniências e sua capacidade de interpretar o momento político. Eu nunca vi o Neri falando mal do Governo, assim como o Fávaro. Então, não vou ficar criticando, pré-julgando, emitindo opiniões em cima de possibilidades. Eu estou muito tranquilo, nosso grupo tem pessoas maduras e experientes e essas características nos levam a prudência”, respondeu o governador.

A eminente ruptura de Neri e Fávaro com Mendes foi o principal assunto da coletiva desta segunda-feira. Assim como o governador, todas as lideranças presentes pouparam os antigos aliados da pecha de traidor.

Jayme aproveitou para defender Mauro Mendes. “Eu gostaria de fazer justiça ao Mauro e dizer que ninguém foi chutado. O governador defendia uma tese de que o palanque pudesse ser aberto e na quinta-feira eu estive com o Neri - vocês me conhecem e sabem que eu tenho a língua grande, maior do que a boca, mas que eu falo a verdade - e o indaguei se ele concordava. É claro que ninguém quer perder um companheiro, em política a gente deve sempre somar pra dentro, mas ninguém aqui é criança. O Neri naquele dia me disse que da parte dele estava confirmado, isso era 21h. No outro dia eu cheguei aqui na reunião e todos concordaram, estava tudo fechado. Passa mais um dia e lá está o Neri Geller fazendo outras tratativas, com outros partidos, com uma frente não sei de que. Então, não fomos nós que o excluímos”, explanou o senador.  

Com apoio do PP, PSD e MDB, Neri esperava ter apoio do governador em seu projeto ao Senado. Mauro, no entanto, deu aceno ao bolsonarismo e se aproximou ao senador Wellington Fagundes (PL), candidato à reeleição. Nas últimas semanas, Neri conseguiu fechar composição com a chapa Lula-Alckmin, sacramentando aliança com a federação formada por PT-PV-PCdoB, afastando de vez as chances de estar no mesmo palanque que Mauro.

Para Jayme, ainda é possível reconstruir a base. “O Neri é um belo companheiro, um grande amigo, assim como o Fávaro, e eu gostaria imensamente que eles estivessem aqui. Mas política é aquela velha história: muitas vezes não tem acomodação e vai para o parigato. Ninguém aqui queria perder o Neri e o Fávaro e eu ainda estou na esperança de que eles voltem pra cá. Se vierem, serão bem-vindos. Tudo o que podia ser feito nós fizemos para manter o grupo unido”, finalizou.
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