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Luxação do Ombro - Quando o Ombro Deslocado Precisa de Cirurgia?

Da Redação

A luxação do ombro ou luxação glenoumeral ocorre quando o osso do braço (cabeça do úmero) se desloca em relação à extremidade em que ela fica naturalmente apoiada (glenoide escapular), caracterizando o deslocamento do ombro. Em algumas situações, o ombro volta ao lugar com manobras específicas. Em outras, a luxação do ombro se resolve através da cirurgia. Saiba quando é necessária e qual a melhor indicação entre as atualmente realizadas.

Normalmente o ombro se desloca em um movimento no qual o indivíduo gira o ombro para fora. Em cerca de 97% dos pacientes, o úmero se desloca para frente do ombro (luxação anterior do braço) e pode ocorrer de duas formas:
Após uma primeira ocorrência, é possível que a cicatrização não seja completa e o paciente fique com uma instabilidade remanescente, de modo que ocasione um deslocamento frequente do ombro, caracterizando um quadro de Luxação Recidivante do Ombro.

O exame físico e histórico clínico do paciente avaliados pelo médico especialista em ombro e cotovelo, irá diferenciar as situações em que houve a luxação do ombro - traumática ou atraumática. Também, após a recuperação de alguma ocorrência, são realizados testes para verificar a presença de uma instabilidade residual, com movimentos de repetição como os que causou o deslocamento do ombro.

Exames de imagens como radiografia, tomografia computadorizada e ressonância magnética auxiliam na análise do médico especialista em ombro e cotovelo a identificar eventuais danos no osso e em partes moles. As ocorrências mais comuns de serem encontradas são:
 
Riscos de novas ocorrências de luxação do ombro
 
Após um primeiro episódio de luxação do ombro, o risco de ocorrer uma instabilidade recorrente é de 40%, porém não se pode determinar um padrão. A depender de cada caso, há alguns fatores que aumentam essa probabilidade individualmente entre 25% a 90%:
 
Tratamentos - Quando a cirurgia é necessária?
 
Geralmente, ao ocorrer pela primeira vez a luxação do ombro, o procedimento a seguir é recolocá-lo no lugar com manobras específicas realizadas pelo médico especialista em ombro e cotovelo.

Medicações, infiltrações e alguma anestesia podem ser aplicadas para aliviar a dor do paciente, sendo recomendável o uso de tipoia por um período para ajudar na cicatrização e exercícios de fisioterapia para recuperar a mobilidade e a musculatura ao redor da escápula e ombro.

Após essas medidas, uma nova radiografia deve ser realizada para verificar o posicionamento do ombro.

No caso de luxação recidivante do ombro, o uso da tipoia se torna dispensável. É possível compreender que as estruturas já não estão em sua tensão normal e poderá ser utilizada para um maior conforto do paciente.

São nestes casos de recidiva que a cirurgia se torna recomendável. A luxação do ombro reincidente costuma envolver lesões estruturais na articulação que dificilmente serão recuperadas em sessões de fisioterapia ou outras medidas não cirúrgicas.

A cirurgia pode envolver o reparo de partes moles (Cirurgia de Bankart) ou das partes ósseas (Cirurgia de Latarjet).
 

1) Cirurgia de Bankart

 
A cirurgia de Bankart é realizada por vídeo (via artroscópica), onde pontos de sutura são fixados ao osso através de implantes denominados de âncoras. É um procedimento que envolve o reparo do labrum anterior da glenoide.

A evolução da tecnologia levou a técnicas e implantes mais modernos, significando expressiva melhora nos resultados da cirurgia, mas ainda assim, de 2% a 40% dos pacientes tem recidiva, sendo os mais jovens ou os com perda óssea entre os mais propensos a terem recorrência.
 

2) Cirurgia de Latarjet

 
É a transferência de um bloco ósseo proveniente do processo coracoide para reparar um defeito e aumentar a parede óssea da glenoide.

Nesta cirurgia, é aumentada a estabilidade do ombro, diminuindo o risco da recorrência da luxação. Porém, a cirurgia distorce a anatomia natural da glenoide, podendo propiciar uma limitação da mobilidade e no futuro, evoluir para uma artrose no ombro.

A escolha acabará recaindo entre uma cirurgia mais anatômica, menos invasiva com mais chance de reincidência ou outra, com menor probabilidade de reincidência, mas com maior risco de complicações no futuro.

Diante dos procedimentos possíveis, a cirurgia de Latarjet tem maior indicação para pacientes jovens, com estilo de vida ativo, especialmente se praticam esportes de contato e para os que já realizaram uma cirurgia prévia sem sucesso ou com defeitos ósseos significativos na glenoide.
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