Imprimir

Notícias / Cidades

Amiga de dono do carro que atropelou universitário não tem permissão para dirigir, diz delegado

Da Redação - Bruna Barbosa

A amiga do guarda noturno Diogo Pereira Fortes, de 33 anos, dono do Honda City que atropelou e matou o estudante de medicina veterinária na avenida Beira Rio, na última sexta-feira (2), não possui CNH, de acordo com o delegado José Carlos Damian, responsável pelo inquérito. 

Leia também 

Advogado diz que amiga de dono do carro atropelou universitário e não parou por medo de ser linchada

Diogo se apresentou na Delegacia Especializada de Delitos de Trânsito (Deletran) na tarde dessa segunda-feira (6), e afirmou que a amiga, identificada apenas como Daniele, de 24 anos, estava dirigindo o carro no momento do acidente. 

Damian explicou que a jovem deve se apresentar na Deletran nesta quinta-feira (8), quando será ouvida e deve apresentar a versão do crime. Daniele trocou de advogado e, inicialmente, seria representada por um dos profissionais que integram a defesa de Diogo. 

Medo de linchamento

No momento do acidente, o guarda noturno teria perguntado para amiga o que havia acontecido, mas ela teria afirmado que havia batido em outro veículo. Apesar de estar como passageiro, ele não percebeu que o jovem foi atropelado.

Um dos advogados de Diogo contou que ele ligou para o Ciosp após perceber que o carro estava danificado. O proprietário do veículo retornou à distribuidora após deixar o trabalho, durante a manhã de sexta-feira (2). Ele explicou que não parou no local por medo de linchamento.

"Ele sentiu [o impacto do atropelamento], ele viu, contudo ela afirmou que tinha batido em um veículo. Essa foi a conversa que eles tiveram no trajeto. Com receio de parar às 1h30, em uma distribuidora que tinha muita gente, levou ela para casa e fez ligações para o Ciosp. Houve interesse em saber se foi algo ou alguém, contudo na hora da batida não foi possível identificar". 

Após deixar Daniele em casa e retornar para o trabalho, por volta de 2h, Diogo percebeu que o carro estava muito danificado. Foi quando ele teria feito cerca de 12 ligações para o  Ciosp, de acordo com Jonatas, para saber se o carro estava envolvido em alguma ocorrência. 

"O dono confirmou, chegou a ir por conta de desencargo de consciencia. Não parou porque tinha muita gente, receio de ser linchado. Fez as ligações para o Ciosp no outro dia de amanhã". 

Na manhã de sexta-feira (2), Diogo foi até a distribuidora e perguntou para o dono do estabelecimento se havia acontecido algum acidente durante a madrugada. De acordo com a defesa, foi apenas neste momento que o guarda noturno descobriu que o universitário havia sido atropelado. 

"Entregou o serviço [às 6h da sexta-feira], foi até o lugar e fez o questionamento. O dono confirmou. Chegou a ir por conta de desencargo de consciencia". 

O caso 

Conforme as informações do boletim de ocorrência da Polícia Judiciária Civil, a vítima estava na rua, ao lado de um veículo estacionado, quando foi atingida por Honda City que passou pela avenida.

O motorista fugiu sem prestar socorro e o crime foi registrado por câmeras de segurança da distribuidora de bebidas onde o rapaz estava segundos antes. 

Frederico estava no sexto semestre do curso de medicina veterinária da Universidade de Cuiabá (Unic). O velório aconteceu na tarde de sexta-feira e o enterro na manhã de sábado (3). 
Imprimir