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Afastado da equipe Renault de F-1, Briatore recebe apoio de ministro italiano

Ansa

O ministro italiano da Defesa, Ignazio La Russa, manifestou sua "plena solidariedade" a Flavio Briatore, que deixou o cargo de chefe da equipe Renault de F-1 nesta quarta-feira.

Briatore é acusado pelo piloto Nelsinho Piquet de ter armado o acidente do brasileiro no GP de Cingapura de F-1 do ano passado para beneficiar o espanhol Fernando Alonso.

Em defesa do dirigente, La Russa afirmou que conhece bem "a honestidade intelectual" de Briatore e ressaltou seu talento para comandar escuderias da F-1.

"Briatore demonstrou, no decorrer dos anos, ser não apenas um vencedor, mas um empreendedor corajoso e um homem com H maiúsculo", disse o ministro, que destacou que a saída do diretor esportivo é "um gesto nobre, que deveria ser apreciado por todos".

Segundo La Russa, Briatore tem capacidade para lançar estrelas, como o alemão Michael Schumacher e o espanhol Fernando Alonso, e de tornar competitivas equipes como a Benetton e a Renault.

Sem defesa

A Renault anunciou nesta quarta que não irá contestar as acusações de que orientou Nelsinho Piquet a sofrer o acidente em Cingapura na reunião do Conselho Mundial da FIA (Federação Internacional de Automobilismo), marcada para a próxima segunda-feira, 21 de setembro.

Nesta quarta, o chefe da escuderia, Flavio Briatore, e o engenheiro chefe, Pat Symonds, apontados por Nelsinho como autores do pedido, desligaram-se oficialmente do time francês.

Recentemente, o próprio Nelsinho e seu pai, o tricampeão mundial Nelson Piquet, disseram em depoimento à FIA que o acidente foi premeditado por Briatore e por Symonds, para favorecer Fernando Alonso, que venceu a prova.

Segundo o depoimento, Nelsinho foi orientado por Symonds a bater entre as voltas 13 e 14 da prova, na curva 17, um local que obrigaria a entrada do safety car na pista. A entrada do carro de segurança naquele momento acabou permitindo a Alonso assumir a liderança da prova e conquistar uma surpreendente vitória.

A versão de Nelsinho é contestada por Briatore, que entrou na Justiça contra o piloto e seu pai. O dirigente italiano acusa os integrantes da família Piquet de falsas denúncias e tentativa de chantagem.

Em seu depoimento, Nelsinho citou apenas os nomes de Briatore e Symonds como pessoas que sabiam da armação. Mas, segundo o jornal catalão "Sport", Nelson Piquet apresentou uma versão diferente à FIA. O tricampeão mundial acusou Alonso de também saber do pedido dos chefes da equipe a Nelsinho. O espanhol negou conhecer a suposta armação.

Por ter delatado o caso à FIA, Nelsinho não será punido pela entidade que controla o automobilismo mundial. A mesma oferta foi feita posteriormente a Symonds, que em seu depoimento à entidade deixou de responder várias questões.

Nova Renault

A Renault não revelou quem irá substituir Flavio Briatore no comando da escuderia. Segundo a revista alemã "Auto, Motor und Sport", o tetracampeão Alain Prost já foi convidado pela montadora para assumir o cargo.

O francês está afastado do paddock da categoria desde 2001, quando sua equipe, a Prost Grand Prix, fechou as portas deixando um controverso rastro de dívidas.

De acordo com a mesma publicação, o inglês David Richards, que dirigiu entre 1997 e 1998 a Benetton (o time virou Renault em 2002) e a BAR de 2001 e 2004, seria a segunda opção.
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