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Curada de câncer de mama, mulher descobriu nódulo em consulta de rotina: "ninguém está preparada"

Da Redação - Bruna Barbosa

Foi em uma consulta de rotina que a agente líder de cargas da Azul, Cleonice Antunes Quaresma, de 47 anos, descobriu que estava com nódulo em uma das mamas, em 2011. Assim que saiu do consultório, já foi orientada a fazer os exames necessários com urgência. O diagnóstico de câncer de mama se confirmou e Cleonice precisou enfrentar o longo tratamento contra a doença. 

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"Foi tudo muito rápido, em caráter de urgência. Não tinha casos na família, nem tendência a ter. Ela pediu os exames complementares, na mamografia já apareceu em tamanho maior. Foi constatado que realmente era um câncer com aspecto malígno. Isso foi em 2011, estava com 36 anos, fora do grupo de risco pelo olhar clínico, mas exceções acontecem".

Em 2015, quando estava quase curada do câncer, Cleonice foi surpreendida mais uma vez: estava com um nódulo, dessa vez, na outra mama. Ela precisou reunir força emocional e física que sequer sabia que tinha, como conta, para enfrentar mais uma longa etapa, que se encerrou apenas em 2020. 

Nessa terça-feira (19), Cleonice, que precisou passar por uma mastectomia, ouviu mais uma vez do médico que sua saúde está ótima durante uma das consultas de rotina.

Para comemorar mais um ano de renascimento, a agente de líder de cargas foi uma das trabalhadoras da Azul convidada a discursar para os passageiros antes da decolagem dos voos que saíram do Aeroporto Marechal Rondon, em Várzea Grande, nesta quarta-feira (19). 

"Por isso é importante essa prevenção, o corpo fala, muitas vezes não prestamos atenção. Hoje me cuido mais, primeiro pelo meu histórico, se reparo em algo que não estava sentindo, procuro um médico. Tratam o câncer como uma doença terminal". 

Para Cleonice, é possível ver a emoção nos olhares dos passageiros no momento em que ela compartilha sua história de superação. Em uma das vezes, um deles se aproximou e pediu um abraço. 

"Sempre que tem uma pessoa que passou pelo câncer de mama, a Azul convida para fazer parte. Hoje somos sete [funcionárias]. Já tive grandes demonstrações. Um passageiro saiu da aeronave para me dar um abraço, as pessoas se escondem, não querem falar sobre. Como se fosse uma doença que se pega ao falar o nome dela". 

Cleonice reforça que não haviam casos de câncer na família e, por isso, a prevenção é de extrema importância para o diagnóstico precoce. A queda do cabelo e a retirada das mamas foram partes impactantes do processo, que demandaram que a vitoriosa olhasse para si mesma de outras formas. 

"Na segunda vez, antes da quimioterapia raspei o cabelo, sem ficar com dó de mim mesma. Fiz a cirurgia e tive que refazer porque já estava com as margens comprometidas. Precisei da mastectomia, é outra coisa difícil também, porque mexe com o corpo da gente". 

Com o período turbulento do tratamento já no passado, Cleonice, que é natural de Garulhos (SP) e esteve em Mato Grosso para falar com os passageiros da Azul, comemora a "nova vida". Depois de tudo que passou, ela agora busca aproveitar cada oportunidade como se fosse única.

"Quero curtir e construir hoje. Não é que vivo todos os dias como se fosse o último, porque tenho perspectiva de viver muito mais. Mas quero uma vida melhor que a de antes, trabalho, estudo... Meu olhar mudou, não fico fazendo planos para daqui 10 dez anos, a vida é hoje. E isso vale para todos, nós nunca sabemos o tempo que temos. Sou uma vitoriosa". 

 
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