Imprimir

Notícias / Política BR

Jobim diz que vai sugerir a Lula o veto a dois pontos da reforma eleitoral

G1

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, afirmou nesta quinta-feira (17), durante entrevista coletiva, que vai sugerir ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva o veto a dois tópicos da reforma eleitoral, aprovada nesta quarta (16) pela Câmara. Segundo ele, as recomendações a Lula serão para vetar a impressão de votos e o voto em trânsito para o cargo de presidente da República. Jobim já foi presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e também do Supremo Tribunal Federal (STF).

"O equívoco que eu espero que seja corrigido, pode ser corrigido pelo Executivo, é o retorno ao texto da Câmara quanto à pressão do voto. Aquilo é um retorno injustificável. Eu conversarei com o presidente [Lula] no sentido de sugerir, embora não seja da minha área, sou do Ministério da Defesa, que seja vetado aquele dispositivo", disse Jobim.

Para valer para as eleições de 2010, o projeto precisa ser sancionado por Lula e publicado no Diário Oficial da União até o dia 3 de outubro. De acordo com o texto aprovado pela Câmara, uma parcela dos votos, para efeito de amostra, deverá ser impressa pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em cada eleição. Segundo o projeto, os votos impressos mantêm o anonimato do eleitor e poderão ser usados para determinar uma eventual recontagem.

Já o voto em trânsito prevê que o eleitor possa votar caso não esteja em seu domicílio eleitoral. A medida, no entanto, vale apenas para votos em candidatos à Presidência da República. O sistema é adotado em outros países, como os Estados Unidos, onde é possível votar até pelo correio.

"O voto em trânsito no nosso sistema é absolutamente impossível. Não tem como compatibilizar o sistema do voto em trânsito com o sistema do voto domiciliar", disse Jobim.

Nelson Jobim, porém, concordou com a possibilidade de candidatos com ficha suja poderem se candidatar nas eleições, conforme estabelece o texto aprovado na Câmara. O projeto do Senado previa que previa que os candidatos deveriam ter “reputação ilibada”. O texto, porém, não deixava claros os critérios para definir o termo. Assim, os deputados resolveram retirar essa emenda do projeto final que foi aprovado.

Para Jobim, uma possível proibição à candidatura de pessoas condenadas pela Justiça, que ainda aguardam julgamento de recursos, seria uma espécie de condenação antecipada.
Imprimir