Imprimir

Notícias / Cidades

Pai de criminoso morto em confronto com a PM no RJ justifica tiros em cemitério: "jeito de desabafar"

Da Redação - Bruna Barbosa

O policial civil aposentado Jorge Luiz Souza de Moraes, conhecido como "Jorge Carioca", disse que os tiros durante o enterro do filho, Rainer Martins de Moraes, de 31 anos, conhecido como "Brinquinho", nesse domingo (13), em Cuiabá, foram a forma que ele encontrou de desabafar a dor do luto. Rainer foi morto em uma “operação de emergência” na Favela Holanda, no Complexo da Maré, no Rio de Janeiro.

Leia também

Foragido morre em confronto dentro de favela no RJ e pai dá tiros para o alto durante enterro em Cuiabá


Jorge ainda afirmou que, por ter feito parte da Polícia Civil, não teve intenção de afrontar policiais de Mato Grosso ou do Rio de Janeiro com os disparos para o alto. Ele explicou que usou balas de festim para fazer os disparos e não colocou ninguém do local em risco.

"Realmente, foi um desabafo da minha parte. Como pai, foi o jeito de desabafar que encontrei. Meu filho foi morto na quinta-feira, foi enterrado agora no domingo, quatro dias sofrendo. Amava demais meu filho. Não fiz nada para afrontar a Polícia daqui, e nem a do Rio de Janeiro. Eu sou da Polícia, jamais quero afrontar a Polícia de qualquer Estado", disse em entrevista ao Cadeia Neles, da TV Vila Real. 

Além do filho do aposentado, um idoso de 70 anos morreu e um adolescente ficou ferido. Segundo a Polícia Militar do Rio de Janeiro, a operação tinha intenção de resgatar um motorista de caminhão que teria sido feito refém dentro da comunidade. 

Ainda conforme a PM, as equipes teriam sido atacadas a tiros por criminosos. O motorista foi resgatado e a parte da carga recuperada. Rainer chegou a ser levado com vida para o 
Hospital de Bonsucesso, no Rio de Janeiro.

Os policiais encontraram um fuzil que seria dele. Já c
om o idoso, que seria morador antigo da comunidade e estava bebendo em um bar quando foi baleado, nada de ilícito foi localizado. O adolescente ferido foi baleado no joelho e recebeu alta após atendimento médico. 

Jorge lamentou o "caminho" escolhido pelo filho e afirmou que esperava que ele tivesse feito uma faculdade. O policial civil aposentado é pai de outros três homens, sendo o mais novo de oito anos. 


"Fiz o que eu pude pelo meu filho, infelizmente, filho não faz o que os pais querem. A minha vontade e da mãe dele seria dele fazer uma faculdade, seguir uma caminho melhor. Mas foi o caminho que ele escolheu para ele". 

De acordo com ele, a música alta e os fogos foram organizados pelos amigos do filho. Em Cuiabá, Rainer  já foi acusado por crimes como homicídio, assaltos a banco, pessoas e caixas eletrônicos. Em 2012 ele fugiu da Penitenciária Central do Estado (PCE), mas foi recapturado no Aeroporto Marechal Rondon, em Várzea Grande. 
 
Imprimir