Imprimir

Notícias / Política MT

Banco Rodobens diz que não participou de manifestações antidemocráticas: ‘caminhões são de clientes arrendatários’

Da Redação - Isabela Mercuri

O Banco Rodobens negou participação nas manifestações antidemocráticas que pediam intervenção federal e bloquearam rodovias, depois de ser citado pelo ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Alexandre de Moraes em decisão que determinou bloqueio de contas bancárias relacionadas a empresas e/ou empresários que participaram ou ajudaram na realização dos atos. Segundo a empresa, os caminhões que foram identificados como seu, estavam na verdade com clientes com financiamentos na modalidade de leasing operacional, onde a propriedade é do Banco e o cliente arrendatário tem a posse direta.

Leia também:
TSE bloqueia contas de 43 empresas e pessoas de MT envolvidas em atos antidemocráticos; multas de R$ 100 mil por hora de manifestação; veja lista

A empresa se manifestou por meio de nota depois da decisão. Explicou que com este modelo de financiamento o cliente pode optar ao final do contrato, pela aquisição do bem, ou seja, os caminhões identificados não são bens de uso do Banco Rodobens. “Por fim, a Rodobens afirma que não teve qualquer participação nos atos relacionados na referida decisão noticiada, nem autorizou qualquer pessoa ou instituição a fazê-lo em seu nome e está atuando para que esse equívoco seja corrigido, uma vez que sempre pautou a sua atuação pela ética, nos termos estabelecidos pelo seu Código de Ética”, completa a nota.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Uma publicação compartilhada por Rodobens (@oficialrodobens)



A decisão

O Ministro do Superior Tribunal Eleitoral (TSE) Alexandre de Moraes determinou bloqueio imediato das contas bancárias relacionadas a 43 empresas e/ou empresários que participaram, ou ajudaram a realização dos atos antidemocráticos que pediam a Intervenção Federal e que bloquearam as rodovias do Estado. A determinação prevê ainda multas de mais de R$ 100 mil por hora de bloqueio e pede ainda que todos os empresários sejam ouvidos em dez dias. A decisão é do último dia 12 de novembro.
 
Olhar Direto teve acesso ao despacho do ministro Alexandre de Moraes e verificou que a maioria das empresas são de Sorriso, tendo também representantes de cidades como Cuiabá, Nova Mutum, Tapurah e Água Boa. As sanções investigam os patrocinadores de uma ‘marcha’ de mais de 115 caminhões rumo à Brasília-DF, com o objetivo de protestar contra o resultado das eleições presidenciais 2022.
 
De acordo com Alexandre de Moraes, o patrocínio de atos notadamente antidemocráticos e que exigem um estado e Excesão deve ser combatido com rigor. “Exige-se uma reação absolutamente proporcional do Estado, no sentido de garantir a preservação dos direitos e garantias fundamentais e afastar a possível influência econômica na propagação de ideais e ações antidemocráticas”, pontuou.
 
A decisão narra também que o potencial danoso das manifestações ilícitas fica absolutamente potencializado “considerada a condição financeira dos empresários apontados como envolvidos nos fatos, eis que possuem vultosas quantias de dinheiro, enquanto pessoas naturais, e comandam empresas de grande porte, que contam com milhares de empregados, sujeitos às políticas de trabalho por elas implementadas”, diz trecho da decisão.
 
Por fim, o ministro reiterou que é necessário, adequado e urgente o bloqueio das contas bancárias dos investigados. “Diante da possibilidade de utilização de recursos para o financiamento de atos ilícitos e antidemocráticos objetivo de interromper a lesão ou ameaça a direito. Diante do exposto, Determino ao Banco Central que efetue o bloqueio imediato das contas bancárias das pessoas físicas e jurídicas indicadas”, conclui.

Por meio de sua rede social o escritório Barbieri e Dalsoquio advocacia e consultoria publicou que um cliente, um empresário, que não teve a identidade revelada teve uma conta com R$ 343.339,26 bloqueada, possivelmente por ter alguns caminhões nas manifestações em Brasília.
Imprimir