Imprimir

Notícias / Cidades

Presidente de cooperativa de garimpo em MT é apontado como comprador de mercúrio ilegal

Da Redação - Bruna Barbosa

O presidente da Cooperativa de Mineradores e Garimpos da Região de Aripuanã (a 950 km de Cuiabá), Antônio Vieira da Silva, foi um dos alvos de mandado de busca na operação "Hermes (Hg)", deflagrada pela Polícia Federal na manhã desta quinta-feira (1º). 

Leia também

Genro de Nei Garimpeiro é alvo de operação da PF contra uso ilegal de mercúrio

Megaoperação da PF contra mineradoras cumpre 63 mandados e bloqueia mais de R$ 1 bilhão

De acordo com a investigação da PF, Antônio era um dos principais compradores de mercúrio, comercializado irregularmente por membros da família Veggi. O garimpo e a sede da cooperativa também foram alvos dos mandados de busca.

A família seria responsável por seis empresas, das quais cinco registradas no Brasil e três com declaração de compra, venda, importação ou tentativa de importação de mercúrio junto ao Sistema de Relatório de Mercúrio do Ibama. 

Ao longo dos anos, as empresas que compõem o grupo teriam adquirido 1353,4 kg de mercúrio por compra. Ali Veggi é considerado um dos principais mandantes intelectuais do esquema pela PF. 

Operação Hermes (Hg)

A operação "Hermes (Hg)" foi deflagrada pela PF na manhã desta quinta-feira (1º).  No total são cinco mandados de prisão preventiva, nove de prisão temporária, e 49 mandados de busca em cidades de Mato Grosso, São Paulo, Goiás, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Rondônia, incluindo residências, sedes de empresas, depósitos e áreas de mineração.

Na ação, o genro do empresário Valdinei Mauro de Souza, conhecido como Nei Garimpeiro, foi um dos alvos. O mandado de busca e apreensão foi cumprido na casa do empresário, no condomínio Alphaville, em Cuiabá. 

Nei Garimpeiro é proprietário da mineradora Santa Clara, do grupo Fomentas Mining Company, em Poconé (104 km de Cuiabá) e também de garimpos no distrito de Cripolizinho, no Pará. A PF também esteve em Nossa Senhora do Livramento (a 42 km da Capital). 

Uso ilegal de mercúrio 

O CTF prevê que toda a comercialização e uso de mercúrio metálico no Brasil ocorra em estrito cumprimento da legislação. Esse escopo institucional é chave para a implementação da Convenção Internacional de Minamata, ratificada pelo Brasil em 8.8.2017, após aprovação pela ONU.

O controle de mercúrio é instrumento de proteção ambiental e defesa da Saúde Pública, uma vez que seu mau uso pode contaminar rios em que são utilizados, comprometendo animais, peixes e humanos. Trata-se de elemento tóxico que pode causar danos irreversíveis, inclusive no sistema nervoso central e levar à morte. 

Como o Brasil não extrai a substância da natureza, sua origem está na importação ou reciclagem de resíduos como lâmpadas e materiais odontológicos.
Imprimir