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Emanuel refuta que prisão de ex-secretário justifique intervenção e pede isenção de novo chefe do MPE

Da Redação - Airton Marques / Do Local - Marcos Salesse

O prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) amenizou as declarações do novo Procurador-Geral de Justiça (PGJ), Deosdete Cruz Júnior, que durante coletiva afirmou que a Operação Hypnos é mais um indicativo da necessidade de intervenção na Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Deflagrada na quinta-feira (9) pela Polícia Judiciária Civil (PJC), a operação visou desmantelar suposto esquema que teria se instalado na Empresa Cuiabana de Saúde Pública, em 2021. Entre os mandados cumpridos pela ação estava a prisão do ex-secretário Célio Rodrigues da Silva. 

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Na avaliação de Emanuel, a prisão do ex-gestor não tem qualquer ligação com a intervenção e a atual situação da pasta, uma vez que ele foi desligado há mais de dois anos. Para o prefeito, o envolvimento de Célio já chegou a ser investigado pela Polícia Federal e não oferece qualquer risco à atual gestão da Saúde. 

“Até admirei essa fala dele, pois uma coisa não tem nada a ver com a outra. Nem secretário é mais, tem quase dois anos que é ex-secretário, não oferece nenhum risco, a operação nenhuma”, afirmou durante entrega do Centro Comunitário, no bairro Jardim Presidente II, na noite desta sexta-feira (10). 

A Operação Hypnos investiga um suposto esquema que teria se instalado na Empresa Cuiabana de Saúde Pública (ECSP) no ano de 2021. Durante a gestão de Célio, teriam sido desviados recursos públicos por meio de pagamentos sem as devidas formalidades. Além do mandado de prisão contra o ex-secretário, também foi cumprido mandado de busca e apreensão na casa de Célio. 

O prefeito ainda declarou preferir acreditar que o novo procurador foi mal interpretado. Na ocasião, Emanuel ainda aproveitou para alfinetar o antecessor de Deosdete, José Antônio Borges, autor do pedido que resultou no processo de intervenção na Saúde. 

“Eu prefiro crer que ele foi mal interpretado, pois é muito competente, técnico reconhecido. O que a gente espera dele, diferente do antecessor (José Antônio Borges), é que honre o MPE, umas das grandes instituições de Mato Grosso”, declarou. 

Ainda em sua fala, o chefe do executivo destacou que espera do novo procurador-geral de Justiça uma postura imparcial e isenta de qualquer influência. “Que seja um PGJ sem tendência, sem parcialidade, sem isenção. Boto fé do Dr Deosdete”, completou.

Apesar do tom apaziguador com o novo chefe do Ministério Público Estadual (MPE), Emanuel não esteve presente na posse de Deosdete, na noite de quinta-feira (09). Se resumiu a postar nas suas redes sociais um desejo de boa sorte ao PGJ.

Desdobramentos da Intervenção 

A intervenção na Saúde de Cuiabá havia sido determinada pelo desembargador Orlando Perri, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, a pedido do Ministério Público do Estado. No entanto, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) derrubou a intervenção porque o TJMT não possui jurisprudência que autorize o ato através de uma decisão monocrática, como ocorreu. 

A presidente do STJ, Maria Thereza de Assis, suspendeu a intervenção até que o mérito do pedido de intervenção, feito pelo Ministério Público do Estado de Mato Grosso, seja julgado pelo Órgão Especial do TJMT. A expectativa é que o Órgão se reúna nos próximos dias para emitir um novo posicionamento sobre a continuidade ou não da intervenção. 
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