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Em reunião com entidades do agro, Mauro Mendes garante 'tolerância zero' para invasões de terra

Da Redação - Érika Oliveira

Embora não haja registros recentes de tentativa de invasão de terras em Mato Grosso, entidades do agronegócio se anteciparam e convocaram reunião com o Governo do Estado para demonstrar “preocupação” com o tema. No encontro, o governador Mauro Mendes (UNIÃO) disse que terá “tolerância zero” com eventuais invasores.

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“Esta é uma situação que preocupa a todos, mas asseguro que o Governo de Mato Grosso vai ter tolerância zero a qualquer tipo de atividade de invasão ou atividade criminosa. Determinei ao secretário de Segurança Pública que defenda prontamente a integridade e a vida das pessoas. Vamos trabalhar juntos, na legalidade, com o Ministério Público, com a justiça, para defender todos aqueles que produzem. Defendemos o livre direito de reivindicar, de fazer justas reivindicações, porém sem transgredir a lei e a propriedade daqueles que o têm”, afirmou o governador.

O chefe do Executivo não mencionou o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no comunicado que publicou sobre a reunião em suas redes sociais. O movimento, no entanto, foi citado no material encaminhado à imprensa pela assessoria de comunicação da Associação dos Criadores Nelore de Mato Grosso (ACNMT).

O MST está no centro das discussões do setor desde a campanha eleitoral do ano passado, quando algumas entidades que apoiavam a reeleição do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) passaram a apontar que uma eventual eleição de Lula (PT) para presidente da República poderia colocar o direito à propriedade em risco.

O Governo Federal, no entanto, tem condenado invasões ilegais e defendido o que chama de “combate ao preconceito com o MST”.

"O MST cumpre um grande papel no desenvolvimento da agricultura familiar brasileira. Agora, invadir terra produtiva? Está errado. Está tão errado quanto quem quis invadir o Congresso Nacional em 8 de janeiro. Se nós, e eu, todos aqueles homens e mulheres de bem, repudiam quem invadiu o Congresso Nacional, tem que repudiar também quem invadiu terra produtiva", disse o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro (PSD), após integrantes do Movimento tomarem áreas produtivas da Suzano, empresa fabricante de papel e celulose no interior da Bahia.

"Temos lei para isso e a lei é clara. Terra invadida não é passível de reforma agrária, terra invadida a Justiça manda fazer reintegração e o Estado cumpre, terra invadida perde a legitimidade do movimento. Por isso conversei isso com o presidente Lula, ele respaldou meu posicionamento e vamos tratar", completou o ministro.

Durante a reunião de Mauro Mendes com as entidades, ficaram definidas as seguintes medidas e ações:

1- Regionalização – formação de grupo de WhatsApp por região com o objetivo de prevenir invasões, monitoramento e vigilância;
2 – Ações conjuntas dos produtores em caso de invasões.  Acionar autoridades de segurança e tomar medidas para a retirada dos invasores em até 24 horas. Sempre com o apoio da Polícia Militar, para evitar confrontos, tiros e óbitos;
3 – Os grupos de segurança formados pelos proprietários rurais, para a retirada de invasores, devem estar mais organizados, número maior de pessoas e melhor preparado que o grupo invasor;
4 – Garantir o sucesso e seriedade das primeiras ações nos casos de invasão e/ou tentativa será fundamental para inibir novas invasões no estado; 
5 – À frente do conflito devem estar apenas lideranças aptas, que tenham conhecimento de causa e poder de articulação, para que a justiça e a legalidade estejam ao lado do produtor rural e do setor.


Participaram do encontro o II vice-presidente da Famato, Amarildo Merotti, os diretores Robson Marques (Administrativo e Financeiro) e Ronaldo Vinha (Relações Institucionais), e o gestor jurídico, Rodrigo Bressane, assim como o presidente da Associação de Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Oswaldo Pereira Ribeiro Júnior, representantes da Associação de Produtores de Soja e Milho (Aprosoja), Fórum Agro e ABCZ.
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