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Notícias / Cidades

Policiais penais envolvidos em casos de assédio e tortura são afastado após determinação da Justiça

Da Redação - Marcos Salesse

Após determinação judicial, seis policiais penais, membros do Grupo de Intervenção Rápida (GIR), foram afastados de suas funções, acusados de envolvimento em situações de assédio e tortura. O caso teria acontecido contra uma policial penal, durante a realização do Curso de Intervenção em Recinto Carcerário (CIRRC). Por conta da denúncia, a formação foi interrompida por determinação da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp-MT). 

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Segundo informações da Polícia Judiciária Civil, o juiz responsável pelo caso determinou que os seis policiais penais estão proibidos de manter contato de qualquer natureza, pessoalmente ou por terceiros, e ainda por meio telefônico, telemático, cartas e outros com a vítima. A decisão atende à representação encaminhada pelo Plantão de Atendimento a Vítimas de Violência Doméstica e Sexual, como parte da investigação instaurada para apurar o crime de tortura. 

O crime foi denunciado pela vítima no último sábado (4), por meio do Plantão 24h da Mulher. Na ocasião, a policial penal afirmou que sofreu diversos tipos de tortura durante o curso, como forma de retaliação após ter denunciado um caso de importunação sexual que sofreu em novembro de 2022, enquanto trabalhava na Penitenciária Central do Estado. 

A vítima chegou a afirmar ter sido submetida a uma série de violências, como: ter as mão pisadas durante um exercício de flexão e tentativa de asfixia utilizando uma balaclava invertida. No relato, a policial disse ainda que recebeu gás lacrimogêneo e espuma de pimenta diretamente em seu rosto em diferentes momentos.

No relato, a vítima declarou que durante a realização do curso foi incentivada diversas vezes a desistir. Entre um exercício e outro, os membros do GIR chegaram a dizer que aquele não era o lugar da policial e que ela deveria "voltar para casa e ir lavar vasilhas".

Em uma das passagens de violência, a policial relata que um dos membros do curso utilizou o fato dela ter denunciado um caso de importunação sexual, em novembro de 2022, como justificativa pelas torturas. Segundo a vítima, o mediador afirmou que a mulher queria "prender um irmão de farda" e exigiu que ela contasse o que registrou no Boletim de Ocorrência na época em que denunciou o caso

Diante da denúncia, o procedimento foi encaminhado à Delegacia Especializada de Defesa da Mulher de Cuiabá, onde foi instaurado inquérito policial para apuração dos fatos. Ainda no último sábado (4), a Sesp decidiu suspender a continuidade do curso, até que todo os fatos possam ser apurados. 

Importunação Sexual 

Em novembro de 2022, a policial penal registrou um Boletim de Ocorrência narrando um crime de importunação sexual que sofreu durante o plantão, dentro da PCE. Na ocasião, a vítima estava trocando de roupa em um alojamento quando percebeu um rosto pela janela do local. 

Ao identificar que estava sendo assediada, a vítima chegou a pedir ajuda de outros colegas, mas nenhum suspeito foi identificado. No registro do crime, a policial chegou a solicitar a verificação das imagens das câmeras de segurança do presídio, com o objetivo de localizar o autor da ação criminosa.
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