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Petista nega desavença política e alega que matou bolsonarista em legitima defesa

Da Redação - Fabiana Mendes

O petista Edno de Abadia Borges, suspeito de matar o bolsonarista Valter Fernando da Silva, de 36 anos, prestou depoimento nesta terça-feira (21) e negou que a motivação do homicídio tenha sido desavença política. O crime aconteceu no Bar do Mineiro, na região do Distrito de Celma, em Jaciara (121 km de Cuiabá), na noite de domingo (19).

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“Ele [Edno] foi interrogado e entregou a arma do crime. No interrogatório ele negou a motivação política. Falou que não teria nenhuma relação com a divergências de opiniões políticas, mas basicamente alegou que teria agido em legitima defesa”, afirma o delegado responsável pelo inquérito, José Ramon Leite.

Ainda no depoimento, Edno contou que teria sido xingado e ameaçado de morte por Valter, quando saia do bar. O bolsonarista teria dito que iria “furá-lo”, apesar de não estar munido de faca. “Ele não viu a vítima com nenhuma faca, instrumento cortante, mas apenas disse que iria furá-lo sem mostrar, ostentar nenhum objeto neste sentido”, acrescentou Ramon.

As provocações por parte do bolsonarista teriam perdurado até o momento que Edno teria se aproximado da caminhonete. Em dado momento, segundo a versão do preso, Valter teria lhe puxado pela camisa e neste momento, Edno teria aberto a porta da caminhonete, pegado a arma de fogo embaixo do banco do motorista e atirado nele.

Os tiros acertaram a região do abdômen e Valter não resistiu aos ferimentos e faleceu. Enquanto isso, o suspeito fugiu de carro com a arma de fogo. Após identificar o autor do homicpidio, o delegado José Ramon representou pelo mandado de prisão preventiva do suspeito, que foi deferido pela Justiça e cumprido no momento em que o suspeito se apresentou na delegacia, acompanhado de advogado.

Edno encontra-se à disposição da Justiça e deverá passar por audiência de custódia na tarde desta quarta-feira (22). Segundo José Ramon, o inquérito policial está 90% concluído faltando apenas alguns laudos periciais, devendo ser relatado até o final da semana.

“Foi uma ação rápida da Polícia Civil, em que em menos de 48 anos foi possível levantar elementos de informações suficientes sobre autoria e materialidade do crime, que possibilitaram a prisão do autor do crime”, disse o delegado.

Relembre o caso
 
Segundo boletim de ocorrência, o motivo da briga teria sido discordância política, já que Valter era defensor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o suspeito do atual presidente da República Lula (PT).

O proprietário do bar relatou aos policiais militares que ambos estavam tendo uma desavença por motivos políticos quando Edno pegou uma arma atirou em Valter. Ao ouvir os tiros, a testemunha foi verificar o que tinha ocorrido e encontrou a vítima caída no chão.

Uma equipe médica foi até o estabelecimento e constatou o óbito. A Polícia Militar realizou rondas na região e encontrou um carro abandonado em nome de Edno.

Enquanto checavam o carro, os agentes localizaram duas pessoas que estavam em um Chevrolet Celta. Os irmãos entraram em contradição e confessaram que estavam atrás do suspeito para dar apoio a ele na fuga até Campo Verde.

Diante disso, ambos foram encaminhados à delegacia e o carro de Edno foi apreendido.
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