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Emanuel prevê piora na Saúde com intervenção e cita “narrativa” para torná-lo “vilão”

Da Redação - Airton Marques / Do Local - Max Aguiar

Após receber denúncia de suposta contratação irregular de empresa para gestão das UTIs pediátricas do HMC, o prefeito Emanuel Pinheiro (HMC) afirmou que prevê piora na Saúde de Cuiabá, com a atuação do gabinete estadual de intervenção. Apontando equívocos no primeiro relatório elaborado pela esquipe que comanda a Secretaria Municipal de Saúde, o emedebista afirmou que o Estado tenta criar uma narrativa para colocá-lo como vilão.

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“Não há motivo para intervenção da Saúde de Cuiabá. Minha maior preocupação é a hora que derrubar a intervenção e eu receber a Saúde de volta, declarou, nesta terça-feira (18), ressaltando que quando assumiu a prefeitura, em 2016, encontrou o setor com inúmeros problemas deixados pelo antecessor, o hoje governador Mauro Mendes (União).

De acordo com Emanuel, a Saúde da capital já demonstra sinais de piora. O emedebista questionou, por exemplo, o fato de a Santa Casa, gerida pelo Estado, ter suspendido os atendimentos ambulatoriais da ala pediátrica, por conta da alta demanda. O prefeito pontuou que não faz sentido o Estado alegar que o problema é causado pela falta de médicos nas unidades básicas de saúde, uma vez que a intervenção atua desde o dia 15 de março.

“Se tivesse comigo ainda não fechava nada, Cuiabá segurava as pontas, sem esquema, sem contratação de laranjas. Aqui eles fizeram emergencial com esquema. Está tudo na mão deles. Não estou entendendo”, declarou.

Além disso, o prefeito voltou a rebater informações do relatório entregue no fim da semana passada. O gabinete apontou que a secretaria iniciou 2023 com um déficit orçamentário de R$ 548,2 milhões. Emanuel disparou que tais acusações fazem parte de narrativa para prejudicá-lo.

“A cada relatório do ‘gabinete da invenção’, terá uma manifestação do ‘gabinete da verdade’.  Não vou ficar quieto, sobre pena dessa narrativa transformar o prefeito que mais trabalhou na área da Saúde num grande vilão. Não vou permitir isso”, disse.

Por fim, o emedebista disse ser claro o ódio que Mauro nutre por ele. Disse que a intervenção – determinada pelo Tribunal de Justiça (TJMT) e autorizada pela Assembleia Legislativa (ALMT) – é tentativa de tirar a prefeitura de seu comando, visando as eleições municipais de 2024.

“É público e notório o ódio do governador por mim. Eu não o odeio, mas também não sou apaixonado por ele. Não nutro esse ódio pessoal que ele tem por mim. E o que chegou de recado no sentido de que ele vai fazer de tudo para me ferrar, ele quer me moer, pois quer a Prefeitura de Cuiabá para seu candidato (deputado federal) Fábio Garcia”, pontuou.
 
Após sofrer derrotas tanto no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e Supremo Tribunal Federal (STF), Emanuel afirma que avalia novas medidas para tentar reverter a decisão do TJMT.

Déficit

Emanuel ressaltou que o déficit de R$ 548,2 milhões não é real. Segundo ele, para chegar a tal valor a intervenção partiu da informação retirada da LOA/2023, na qual aponta que o montante de receita prevista para o exercício de 2023 é de R$ 995.056.000,00 ao passo que a despesa fixada é de R$ 1.543.291.000,00 para o mesmo período.

"Ocorre que a informação prestada está incompleta, pois não levou em consideração os recursos próprios aplicados pelo município na Saúde Pública, e que representam repasses, na forma contábil de interferências financeiras, diretamente ao fundo de Saúde, cuja previsão na LOA 2023 é de R$ 548.235.000,00, exatamente a diferença apontada pela intervenção e classificada erroneamente e maldosamente como déficit", afirmou o gestor.
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