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Vereador afirma que Intervenção desenvolve ações anteriormente anunciadas pela Prefeitura de Cuiabá

Da Redação

O vereador por Cuiabá, Luís Cláudio (PP), afirmou nesta segunda-feira (10) que o Governo do Estado dificultou o trabalho da gestão do município na Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Cuiabá. Segundo o parlamentar, o Gabinete de Intervenção está divulgando ações que já estavam sendo feitas pela Prefeitura. Para Luís, o Governo do Estado inviabilizou as ações da Saúde de Cuiabá. 

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Em sua manifestação, o vereador declarou que muitas das iniciativas divulgadas pelo Gabinete de Intervenção já haviam sido anunciadas pela Prefeitura de Cuiabá. Segundo o parlamentar, as ações só não foram implementadas por conta de uma possível interferência intencional do Governo do Estado para dificultar a concretização das ações. 

“É como diz o velho ditado: “fazer cortesia com o chapéu alheio”. Muitas ações que o gabinete tem divulgado são iniciativas que foram planejadas já pela Prefeitura, mas que tivemos dificuldades para contratualizar serviços de saúde porque o Estado dificultou para inviabilizar a Saúde de Cuiabá. É o jogo sujo da politicagem, triste realidade”, disse Luís Cláudio. 

O vereador destacou que umas dessas iniciativas é o que o Gabinete de Intervenção chamou de retomada das cirurgias eletivas no antigo Pronto Socorro Municipal de Cuiabá (PSMC). De acordo com o parlamentar, o Governo do Estado fez uma parceria com todos os municípios para o Programa MT Cirurgias e que a dificuldade para a contratualização é que, na época, não foi possível “higienizar” a fila de espera. 

“Ou seja, muitos que estavam na fila de cirurgia, o município não conseguia contato por desatualização dos dados ou já tinha realizado o procedimento. E essa pessoa que não era possível contactá-la, a secretaria não poderia voltá-la para o final da fila", apontou o vereador.

Na época secretário de Governo da Prefeitura de Cuiabá, Luís afirmou que, em meio a tantas dificuldades, ainda assim em quatro meses e meio a Prefeitura de Cuiabá conseguiu realizar 1.875 cirurgias eletivas no antigo Pronto Socorro. Ainda de acordo com o vereador, entre meados de agosto até dezembro do ano passado, quando foi decretada a primeira intervenção na Saúde da Capital. 

Com a suspensão da intervenção estadual, no final de janeiro deste ano, o então secretário de municipal de Saúde, Guilherme Salomão, juntamente com o adjunto de Gestão, Eder Galiciani e o técnico Ricardo Venero, se reuniram com o presidente da Comissão Permanente de Saúde e Assistência Social do Tribunal de Contas de Mato Grosso (TCE-MT). A pauta foi para discutir sobre as cirurgias eletivas. 

“A Prefeitura de Cuiabá estava fazendo o trabalho dela e chegamos a discutir esses ajustes de gestão com relação a fila de espera e cirurgias eletivas. O plano era assinar junto ao TCE um Termo de Ajuste de Gestão e contar com a participação do Governo do Estado, que detém os repasses de verbas estaduais e federais e age com mesquinharia política”, argumentou o vereador. 

O parlamentar declarou ainda que na gestão Emanuel Pinheiro (MDB) foi feito um chamamento público e, com isso, vários pacientes chegaram a fazer o pré-operatório. Porém, com a retomada da intervenção, o gabinete teria supostamente ‘cortado’ o programa. 

“A informação que temos é que a mesma empresa que venceu o chamamento agora será contratada pelo gabinete de intervenção. Ou seja, o que eles estão fazendo de inovador pela Saúde de Cuiabá? Talvez a parte de ‘higienizar’ a fila de espera de cirurgias, pois quando estávamos na gestão da Saúde não era permitido, mas agora pode? Dois pesos e duas medidas para tratarmos das vidas das pessoas?”, questiona o vereador. 

Em 14 de fevereiro deste ano, o Governo do Estado publicou o Decreto nº 123, que dispõe sobre a atualização cadastral e a intervenção na fila de espera na regulação do Sistema Único de Saúde (SUS), permitindo a “depuração” da fila de espera de cirurgias e o cancelamento daqueles pacientes que não conseguiram contato por conta de dados desatualizados. 

Em sua fala, o vereador lembrou ainda que foi iniciada no final do ano passado uma reforma no Centro de Esterilização de Materiais (CME), que fica localizada no antigo PS de Cuiabá. Com a intervenção a obra foi paralisada e os 30 leitos da unidade em Covid, sendo 10 de UTI e 20 leitos de enfermaria. 

“Sabemos que o dia que mais teve pacientes, havia seis internados. Além disso, quando reavemos a saúde do município, eles não tinham terminado a reforma do CME”, finaliza.
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