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Planalto diz à Câmara que não guarda vídeo de suposto encontro entre Lina e Dilma

Folha Online

A Mesa Diretora da Câmara dos Deputados recebeu na sexta-feira um ofício da Casa Civil respondendo ao pedido de informações sobre a agenda oficial da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) e a requisição das cópias gravações do circuito interno e externo do Palácio do Planalto. O documento é uma resposta ao pedido da oposição, que tenta comprovar um suposto encontro entre a ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira e a ministra.

A Folha Online apurou que o conteúdo do ofício que ainda é mantido em sigilo pelo DEM mantém a informação do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) de que o Planalto não tem como fornecer imagens do circuito interno de vídeo porque as imagens não estão no arquivo. O período médio de armazenamento das imagens do circuito interno é de 30 dias.

O GSI também teria informado que o nome de Lina Vieira não consta nos registros de autoridades que ingressaram no Palácio entre novembro e dezembro do ano passado.

A resposta da Casa Civil foi entregue na primeira-secretaria e repassada para o líder do DEM na Câmara, deputado Ronaldo Caiado (GO).

Dilma nega o encontro com Lina, mas a ex-secretária da Receita revelou à Folha que esteve no gabinete da ministra no final do ano passado. No encontro, Dilma teria lhe pedido para "agilizar" as investigações na Receita sobre familiares do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP) o que foi interpretado por Lina como ingerência política do governo na Receita Federal.

O ofício da Casa Civil pode reascender o caso tanto na Câmara quanto no Senado. Os deputados da Comissão de Comissão de Finanças e Tributação podem votar um requerimento pedindo a convocação da ministra e um novo pedido para ouvir a versão de Lina sobre o suposto encontro.

No Senado, a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) também tem na pauta um requerimento para ouvir a ministra sobre o caso. Para desarticular a oposição, o líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), apresentou um convite e uma convocação para Dilma. Jucá entregou os requerimentos como uma manobra para evitar que a oposição surpreendesse o governo e aprovasse a convocação da ministra.

Jucá pretende arquivar os pedidos porque, pelas normas do Senado, se um requerimento for rejeitado, ele não poderá ser reapresentado na comissão com o mesmo teor durante toda a legislatura.

Em resposta à movimentação governista, o presidente da CCJ, Demóstenes Torres (DEM-GO), tem segurando a votação dos requerimentos. A ideia dele é colocar o material em votação até que o plenário da CCJ esteja quase sem a presença dos governistas.

Em depoimento prestado na CCJ do Senado , Lina Vieira confirmou o encontro e o pedido da ministra. Mas não soube dizer a data do suposto encontro.

Líderes do DEM e do PSDB discutem nos bastidores a possibilidade de aceitar o convite do ministro Jorge Félix (Gabinete de Segurança Institucional) para conhecer como funciona o esquema de segurança do Palácio do Planalto. A oposição estuda constranger o general Felix, questionando as informações prestadas pelo Planalto em relação ao registro de entrada e saída de autoridades do prédio.

No final de agosto, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), afirmou que o Palácio tinha documentos que mostravam quatro entradas de Lina: uma em outubro do ano passado e outras três entre janeiro e maio de 2009.
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