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Expulso da F-1, Flavio Briatore também pode ser punido no futebol

Folha Online

Considerado culpado pela FIA (Federação Internacional de Automobilismo) de ter premeditado o acidente sofrido pelo piloto brasileiro Nelsinho Piquet no GP de Cingapura do ano passado, e excluído da F-1, o italiano Flavio Briatore pode também ser punido no futebol.

Um dos donos do Queens Park Rangers, que disputa a segunda divisão inglesa, o ex-chefe da Renault pode ser expulso da liga que organiza a competição.

O presidente da Fottball League, Brian Mawhinney, já entrou em contato com a FIA solicitando mais detalhes da punição aplicada pela entidade que administra o automobilismo mundial.

O regulamento da liga não permite que alguém que tenha sido banido por um órgão esportivo seja dono ou dirigente de um clube ligado a ela.

Briatore tem como sócios no Queens Park Rangers o detentor dos direitos comerciais da F-1, Bernie Ecclestone, e o magnata do setor siderúrgico Lakshmi Mittal, nascido na Índia.

O italiano foi quem recebeu a maior punição pelo escândalo. O Conselho Mundial da FIA, que se reuniu nesta segunda-feira para julgar o caso, também suspendeu o antigo engenheiro chefe da Renault Pat Symonds por cinco anos.

A escuderia francesa recebeu uma suspensão de dois anos, mas que só será cumprida caso o time cometa uma nova infração.

Nelsinho Piquet e o espanhol Fernando Alonso, que venceu a prova beneficiado pelo acidente do então companheiro, não foram punidos. O brasileiro havia informado anteriormente a FIA que o acidente foi arquitetado por Briatore e Symonds como estratégia para dar a vitória a Alonso naquela prova.

Como estava previsto, Nelsinho e Alonso, além do presidente da Renault F-1, Bernard Rey, compareceram ao Conselho Mundial.

A Renault já havia anunciado que não iria contestar na reunião de hoje as acusações de que orientou Nelsinho a sofrer o acidente e culpou Briatore e Symonds pela suposta armação.

Os dois principais acusados no escândalo revelado por Nelsinho, Briatore e Symonds, não estavam presentes. Ambos foram demitidos da Renault na última semana.

Segundo o depoimento, Nelsinho foi orientado por Symonds a bater entre as voltas 13 e 14 da prova, na curva 17, um local que obrigaria a entrada do safety car na pista. A entrada do carro de segurança naquele momento acabou permitindo a Alonso assumir a liderança da prova e conquistar uma surpreendente vitória.

A versão de Nelsinho chegou a ser contestada por Briatore, que entrou na Justiça contra o piloto e seu pai. O dirigente italiano acusa os integrantes da família Piquet de falsas denúncias e tentativa de chantagem.

Em seu depoimento, Nelsinho citou apenas os nomes de Briatore e Symonds como pessoas que sabiam da armação. Mas, segundo o jornal catalão '"Sport", Nelson Piquet apresentou uma versão diferente à FIA. O tricampeão mundial acusou Alonso de também saber do pedido dos chefes da equipe a Nelsinho. O espanhol negou conhecer a suposta armação.
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