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Autor de projeto sobre bingos é contra legalização

AE

O presidente do PSDB paulista, deputado federal Antonio Carlos Mendes Thame, pretende entrar com recurso para mudar o regimento interno da Câmara dos Deputados em razão da celeuma que envolveu um Projeto de Lei de sua autoria (PL 270/2003) sobre os bingos. O projeto original do tucano pretendia proibir a exploração de bingos e caça-níqueis no Brasil, mas emendas voltadas à liberação dessa atividade foram agregadas à proposta original e na última quarta-feira, a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara aprovou o parecer favorável à liberação desses jogos, do relator da matéria, deputado Regis de Oliveira (PSC-SP).

"Este projeto é diametralmente oposto ao meu e eu espero que ele não seja aprovado de maneira alguma. Sou contra a regulamentação desses jogos porque sei dos malefícios que eles trazem à toda sociedade", destaca Mendes Thame.

O presidente estadual do PSDB explicou que a confusão toda ocorreu por conta de uma "mera disposição processual interna da Câmara" que prevê a manutenção do número do projeto original sobre o tema, neste caso, a regulamentação de bingos e caça-níqueis no Brasil.

Thame recebeu alguns e-mails e telefonemas de correligionários depois que seu projeto foi aprovado com as modificações que descaracterizaram a proposta original e teve de explicar a todos que é contrário à liberação de bingos e caça-níqueis no País. O deputado classificou a proposta do relator Regis de Oliveira de "surreal", porque "aprova essa atividade, mas reconhece seus malefícios ao propor algo paliativo como o cadastro de ludopatas (viciados em jogos) para evitar o acesso deles a esses locais".

O deputado tucano também contestou as argumentações daqueles que afirmam que a liberação desses jogos iria propiciar a criação de empregos. "Isso é uma falácia, se formos pensar assim, o tráfico de drogas também gera emprego", criticou o parlamentar. No seu entender, os argumentos dos que são favoráveis à liberação dos bingos e caça-níqueis não se sustentam e, por isso, ele espera que a matéria seja rejeitada. "Até mesmo porque o projeto que foi aprovado na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara é totalmente oposto ao que eu propus", desabafou.
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