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Presidente de Comissão de Ética, Janaina diz que almejava pena mais dura contra Gilberto Cattani

Da Redação - Érika Oliveira

Presidente da Comissão de Ética da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, a deputada estadual Janaina Riva (MDB) lamentou a pena imputada ao colega Gilberto Cattani (PL), que sofreu na última semana uma censura pública após comparar mulheres com vacas. A emedebista defendeu uma condenação mais "dura", mas disse que foi vencida pelos demais deputados. Os votos foram mantidos sob sigilo.

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O repúdio contra Cattani ainda será publicado em Diário Oficial e, posteriormente, encaminhado para deliberação da Presidência da Casa de Leis. A decisão, no âmbito da Comissão de Ética, teve placar de três votos a dois.

Compõem a Comissão, além de Janaina Riva, os deputados Max Russi (PSB) (corregedor), Diego Guimarães (Republicanos) (membro), Júlio Campos (UNIÃO) (membro) e Elizeu Nascimento (PL) (membro).

"Era um resultado que a gente já esperava, apesar de termos dois entendimentos diferentes. Os deputados pediram antes que fosse feita uma votação secreta e a gente divergiu, porque alguns gostariam que a pena fosse um pouco mais dura e outros tiveram a opinião de que só a censura bastaria. E nesse momento, quando a gente estava fazendo a discussão, fui uma das que ponderou que a Assembleia nunca na história puniu nenhum deputado e que eu não posso dizer para você que o que foi decidido me atende 100%. Não é exatamente o que eu almejava, mas é histórico para a Assembleia, pela primeira vez, uma Comissão de Ética punir um deputado e punir por uma fala considerada agressiva às mulheres como um todo", disse Janaina.

Na prática, a censura funciona como uma espécie de advertência.

Este é o primeiro de dois processos disciplinares que Cattani enfrenta no âmbito da Comissão de Ética. Após publicação do repúdio em Diário Oficial, conforme Regimento da Assembleia, o
parecer será encaminhado para o deputado Eduardo Botelho (UNIÃO), que ficará responsável por apresentar a decisão em plenário para votação.

O segundo processo contra o deputado tem como base denúncia formalizada pela vereadora por Cuiabá, Maysa Leão (Republicanos), que acusa Cattani de incitar a opinião pública contra ela.

No dia 10 de agosto, Cattani e Maysa participaram, como convidados, de um podcast. Três dias depois, o deputado publicou em seu Instagram trecho de 1 minuto e 5 segundos do programa. Na peça, os entrevistados discutem sobre castração de estupradores.

Maysa vem argumentando que o trecho publicado sofreu edição, deturpando sua fala, fazendo o ouvinte crer que a vereadora defende estupradores. Relata ainda que comentários nas postagens de Cattani ameaçam prática de estupro contra ela e alguns de seus familiares. Por fim, Maysa diz que pediu que a postagem fosse apagada, mas foi ignorada.

A vereadora apresentou prints de conversas e um ofício de uma resposta dada por Cattani, se negando a excluir publicação sobre ela. O documento foi assinado por mais 15 vereadores e protocolado na Presidência da Assembleia Legislativa, pedindo a cassação do deputado. Agora, a denúncia seguirá novo trâmite no âmbito da Comissão de Ética.
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