Imprimir

Notícias / Política MT

Direita dividida e arco de aliança de Zé do Pátio: 2023 e a antecipação pela briga da prefeitura de Rondonópolis

Da Redação - Rodrigo Costa

A exemplo do que ocorreu em Cuiabá, as discussões das eleições em Rondonópolis, terceiro maior colégio eleitoral de Mato Grosso, também foram antecipadas em praticamente um ano. Isso porque os candidatos colocaram seus nomes como pré-candidatos e, nos bastidores, travaram uma disputa e se colocaram como nomes viáveis para o comando da cidade em 2024, o último de Zé do Pátio (PSB), atual prefeito do município.  

Na cidade, a disputa pela prefeitura tem dois pré-candidatos que se denominam da direita: os deputados estaduais Thiago Silva (MDB) e Cláudio Ferreira, o Cláudio Paisagista, que se filiou recentemente ao Partido Liberal (PL). Ambos se didivem e buscam conquistar o eleitorado de direita com propostas voltadas a pautas conservadoras e apoio dos evangélicos.

Em entrevistas concedidados ao longo do ano, tanto Thiago quanto Paisagista fizeram questão de demonstrar que são candidatos de direita e conservadores. Essa estratégia já é esperada, já que eles miram o mesmo eleitoral do ex-presidente Jair Bolsonaro. 

Se o apoio do ex-chefe do Executivo pode ter alguma influência na disputa do próximo ano, Cláudio pode dizer que, nesse quesito, larga à frente de Thiago. Isso porque, ele deixou o PTB para se filiar ao Partido Liberal a convite de Bolsonaro e Valdemar da Costa Neto. À mesa, ele tinha outro convite do peso, do governador Mauro Mendes, presidente estadual do União Brasil.  

Thiago Silva, por outro lado, nas oportunidades que teve, rechaçou a ideia de que apoios externos vão fazer diferença na escolha do eleitorado.  

“Rondonópolis tem muitos problemas para serem resolvidos, como saúde, mobilidade urbana, educação, tem muitas pautas importantes para se resolver. A população quer saber o que eu e os outros pré-candidatos pretendemos fazer. Quem vai assumir a cadeira são os pré-candidatos, não é o Bolsonaro e nem o Lula”, disse em uma entrevista.  “O discurso para ser prefeito de Rondonópolis vai além dessa polarização, dessas picuinhas e desse extremismo”, finalizou. 

Por outro lado, o atual prefeito José Carlos do Pátio (PSB) afirmou que tem nomes diferentes e disputando a sucessão da administração municipal. O vice-prefeito Aylon Arruda (PSD), o diretor-geral do Serviço de Saneamento (Sanear), Paulo José (PSB), e o empresário do agronegócio e assessor especial do Ministério da Agricultura e Pecuária, Carlos Augustin, o Teti, recém filiado ao PT. 

O nome de Teti, inclusive, desponta em 2023 como o possível candidato do Partido dos Trabalhadores (PT) para concorrer às eleições municipais. Hoje em Brasília, Teti foi estrategicamente escalado como uma espécie de meio-campo para intermediar conversas e aproximar o governo federal e o agronegócio - setor majoritariamente bolsonarista. 

Agora, ele tenta se valer do seu bom trânsito em Brasília para se destacar na corrida eleitoral. Em entrevista recente ao Olhar Direto, ele detalhou como a proximidade com o governo Lula pode beneficiar o município e quais são seus projetos para Rondonópolis.

“Essas coisas na hora do voto, na hora de ver quem pode ser o melhor, não significa que o PT vai deixar de atender a outros prefeitos ou outros governadores, mas não há dúvida que o nosso relacionamento melhora, pesa na hora de a gente conseguir algumas coisas melhores aqui no nosso município”, destacou. 

O candidato de Pátio

O atual prefeito comentou que pretende realizar um debate e escolher o nome que vai receber seu apoio à prefeitura. Caso essa medida não seja suficiente, Pátio afirmou que seu grupo vai realizar uma pesquisa de opinião para definir quem será o candidato que vai concorrer às eleições de 2024 para ser seu sucessor no comando da cidade.

“Nós vamos fazer uma pesquisa e aquele que tiver melhor será o nosso candidato a prefeito”, reforçou durante entrevista à imprensa em novembro.

Em 2020, Pátio conseguiu reunir os partidos de esquerda e centro-esquerda para formar uma coligação que o ajudou a se reeleger no município, como o PP, PTB, Rede Sustentabilidade, PSD, PCdoB, Solidariedade e PV.

Quatro anos depois, ele espera que junto com a vitória do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), consiga convencer o eleitorado rondonopolitano que a continuidade de seu grupo é o melhor para o desenvolvimento da cidade. 
Imprimir