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Notícias / Agronegócios

Comissão do Senado vai discutir efeitos da crise sobre indústrias frigoríficas nacionais

ABr

A crise financeira internacional e a escassez de crédito no mercado parecem ter atingido em cheio as indústrias frigoríficas brasileiras. Só na Região Centro-Oeste (Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul), o calote dos frigoríficos que entraram em recuperação judicial, em 2008, aos pecuaristas é estimado em R$ 500 milhões.

Este é um cálculo extra-oficial de especialistas no setor entregue ao presidente da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado, Valter Pereira (PMDB-MS). As principais empresas que atuam na Região Centro-Oeste são a Arantes, Independência e Frigoestrela. 

Hoje (17), às 9h30, a comissão reúne autoridades do governo e representantes do setor para debater a crise vivida pelos frigoríficos e que, por conseqüência, atinge os pecuaristas que trabalham com gado de corte.

O estudo recebido pelo senador Valter Pereira aponta que o faturamento das indústrias do complexo de carnes continua em queda, de acordo com registros de fevereiro. Especialistas do setor avaliam que a desaceleração do setor já atinge outros elos da cadeia produtiva.

A capacidade ociosa próxima a 40% leva os produtores a pedirem o alongamento dos prazos contratuais, que mantinham com os fornecedores de rações, e já se fala em inadimplência de acordo com o documento recebido pelo gabinete do parlamentar.

Só em Goiás, dois mil funcionários que trabalhavam nas fazendas de criação de gado de corte já foram demitidos. O presidente da Sociedade Goiana de Pecuária e Agricultura, Luiz Humberto Guimarães, advertiu que a demora do governo em apresentar medidas que de preservação dos pecuaristas dos efeitos da crise financeira internacional pode acarretar na falta de carne e elevação dos preços.

Foram convidados para a audiência pública da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária, o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes; um representante do Ministério da Fazenda; o presidente do Frigorífico Independência, Roberto Graziano Russo; o presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Roberto Giannetti da Fonseca; o presidente da Associação Brasileira de Frigoríficos, Péricles Salazar; a presidente da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu (DEM-GO); e o vice-presidente de Agronegócios do Banco do Brasil, Luis Carlos Guedes Pinto.



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