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Escola cria "cidade" para ajudar na formação dos alunos

Terra

Um empreendimento pedagógico que busca formar, desde a Educação Infantil, cidadãos mais ativos e conscientes da vida em sociedade. Esse é o objetivo do Colégio Israelita Brasileiro, em Porto Alegre, Rio grande do Sul, ao inaugurar um projeto que reproduz dentro do ambiente escolar a vida em sociedade a partir da construção de uma "cidade" em proporções reais. A "cidade", batizada de Ir Ktaná, cidade-pequena em hebraico, será administrada pelos próprios alunos e irá reproduzir na prática e diariamente a vida política e social que existe fora do ambiente escolar.

A construção tem prefeitura, supermercado, loja, centro cultural, centro de ciência e tecnologia, moeda própria com valor equivalente ao Real e carteira de identidade para todos seus "cidadãos" - alunos. Quase 700 alunos da Educação Infantil a Ensino Médio irão usufruir do projeto. Todo o quadro de professores e equipe pedagógica esteve envolvida durante um ano e meio em grupos de estudos e desenvolvimento de currículo pedagógico adaptado à nova cidade.

Segundo a diretora-geral da escola, Mônica Timm de Carvalho, o projeto é uma importante ferramenta na construção de cidadãos mais ativos desde os primeiros anos de vida. "A cidade-laboratório é um ambiente pedagógico completo. Economia, empreendedorismo, política e cidadania estão presentes diariamente em pauta. Isso sem contar a importância desse projeto para o currículo sócioafetivo proposto pela escola e para o desenvolvimento da identidade, do caráter e do senso de responsabilidade de cada aluno em relação aos outros e ao bem comum", destaca.

"A Ir Ktaná será utilizada diariamente como uma extensão da sala de aula e, principalmente, como uma ferramenta poderosa na formação de cada aluno como cidadão ativo, empreendedor e consciente da vida em sociedade desde as séries iniciais", explica a diretora.

A cidade também possui um espaço verde dedicado à produção sustentável de hortaliças irrigadas através de um sistema de captação e aproveitamento da água da chuva. Os alunos vão construir sistemas para produção de energia sustentável, como eólico e solar. Esses assuntos servirão como material didático para os professores trabalharem a responsabilidade ambiental.

Segundo os organizadores do projeto, a experiência de gerir uma cidade é uma oportunidade rica e única que traz noções reais e preciosas sobre a vida em sociedade, uma proposta por si só capaz de quebrar paradigmas pedagógicos. Para o bom funcionamento da cidade, cada estudante possuirá sua Carteira de Cidadão, documento impresso que garante os direitos e deveres na pequena sociedade.

A educação para a economia é outra proposta da escola. Os alunos irão gerenciar dia a dia a moeda local, o IRK, que tem cotação de 1 para 1 com a moeda brasileira, o Real. Impressa em cédulas de 1, 2, 5, 10, 20, 50 e 100 IRKs, a moeda será utilizada nas compras na loja, onde os produtos são devidamente tributados, e o dinheiro enviado para os cofres públicos para utilização nas melhorias da cidade.

O propósito é a preparação para as práticas econômicas, senso colaborativo e postura investigativa em relação a problemas reais da vida em sociedade. "É um ambiente pedagógico completo. Economia, empreendedorismo, política e cidadania estão presentes diariamente em pauta. Isso sem contar a importância desse projeto para o currículo sócioafetivo do colégio, e para o desenvolvimento da identidade, do caráter e do senso de responsabilidade com o outro e com o bem comum", completa Mônica Timm de Carvalho.

Projeto
Conjunto urbano de 500 m² de área construída, desenvolvido a partir de projeto arquitetônico específico, a cidade-laboratório Ir Ktaná é formada por 10 edificações e 6 logradouros.

Os prédios, em tamanho real, chegam a 7 metros de altura. O local possui prefeitura, câmara de vereadores, moeda própria, carteira de identidade, ruas sinalizadas, um banco, um supermercado, um centro cultural, uma empresa multimídia e uma loja para comercialização de produtos tributados pela prefeitura da Ir Ktaná.

O projeto é inspirado na arquitetura de cidades históricas israelenses. "Cuidamos para que a arquitetura seja entendida pelas crianças de um modo prático e simbólico, sempre referenciando a história e a memória", comenta a arquiteta do projeto, Sandra Axelrud Saffer.

Segundo Sandra, nada na Ir Ktaná lembra uma casa de bonecas. "É um espaço de urbanidade, o que significa que ela possui tudo que uma cidade tem - em termos políticos, econômicos, culturais e sociais, materializados nos espaços públicos e nos prédios.
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