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Cronologia: entenda o caso Roman Polanski

AFP

O cineasta franco-polonês Roman Polanski, de 76 anos, foi preso no último sábado (26), em Zurique, na Suíça, a pedido da justiça norte-americana por um caso ocorrido em 1977 em Santa Mônica, próximo a Los Angeles. Nos Estados Unidos, Polanski é acusado de abusar de uma garota de 13 anos, em 1977.

Entenda o caso:

10 de março de 1977: Roman Polanski, então com 43 anos e já reconhecido mundialmente por sua obra cinematográfica, tem uma relação sexual com uma menor de 13 anos, Samantha Geimer, depois de uma sessão de fotografia na casa do ator Jack Nicholson.

15 de abril de 1977: tem início o processo por violência sexual depois de uma ação movida pelos pais da adolescente. Polanski se declarou inocente.

8 de agosto de 1977: Polanski mudou de estratégia e se declarou culpado de corrupção de menor. Chegou-se a um acordo para evitar um processo público. No entanto, no dia 19, o juiz Lawrence Rittenband o condenou a três meses de prisão para ser submetido a "exames mentais", depois dos quais seria tomada uma decisão. O cumprimento da pena foi adiado para a realização de um filme.

17 de dezembro de 1977: Roman Polanski foi preso no hospital-prisão de Chino, próximo a Los Angeles. É colocado em liberdade 47 dias depois.

31 de janeiro de 1978: ao ser informado de que corria o risco de ser condenado à pena máxima, de 50 anos, Polanski decidiu fugir para Paris. Nunca mais viajou para os Estados Unidos, mas se deslocou livremente por vários países, incluindo a Suíça, sem ser incomodado. Sua defesa passou a considerar que o magistrado perseguia seu cliente para ganhar projeção na mídia.

23 de agosto de 1994: o procurador encarregado do expediente criminal, Roger Gunson, negou-se a absorver Polanski, que desejava retornar aos Estados Unidos, e exigiu que se apresentasse a um tribunal. Mas Gunson considerou que evitaria a prisão. Uma nova legislação fixou a pena máxima em quatro anos. Pouco antes, Roman Polanski pôs fim ao processo civil, pagando 225.000 dólares a Samantha Geimer.

1º de março de 2003: Samantha Geimer "perdoou" publicamente Polanski, mas reiterou que foi violentada. "Ele (Polanski) me fez beber champanhe e tomar Quaalude. E abusou de mim." Ela queria que o cineasta pudesse asistir à cerimônia de entrega do Oscar, em 23 de março.

23 de março de 2003: Polanski recebe, sem estar presente, o Oscar de melhor diretor de Hollywood por "O pianista".

3 de dezembro de 2008: Chad Hummel e Bart Dalton, advogados de Roman Polanski, pediram à justiça do Estado da Califórnia que abandonasse as acusações contra seu cliente. Afirmaram que tinham novas provas mostrando que o cineasta não teve acesso na época a um processo penal equitativo em Los Angeles.

26 de setembro de 2009: Roman Polanski foi preso ao chegar a Zurique, onde participaria de um Festival de Cinema. De acordo com a justiça suíça, em virtude de um acordo entre EUA e Suíça, foi "colocado em prisão provisória para ser extraditado". A extradição havia sido solicitada em 2005.

28 de setembro de 2009: o advogado suíço de Roman Polanski, Hervé Temime, anunciou que solicitará "sem demora" sua libertação, provavelmente sob condições, e que alegará "a ilegalidade da solicitação de extradição".
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