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Greenpeace denuncia abusos de empresas espanholas
France Presse
Muitas multinacionais espanholas que operam na América Latina cometem "abusos trabalhistas", "degradam o meio ambiente" ou "violam os direitos humanos" nessa região, denunciou nesta quinta-feira (1) a ONG Greenpeace ao apresentar em Madri o informe "Os novos conquistadores".
"As principais empresas espanholas não são transparentes e vendem à opinião pública espanhola uma imagem que não corresponde à realidade sobre sua gestão na América Latina", afirmou Mabel González, chefe da campanha de conflitos e meio ambiente do Greenpeace.
No relatório apresentado, a ONG ecológica apresenta 43 casos de empresas espanholas que produzem um impacto negativo ao operar na América Latina.
Estão citadas as cinco represas que a Endesa quer construir na Patagônia chilena, as cinco centrais de carvão que a Unión Fenosa, a Iberdrola e a Endesa querem instalar na Guatemala e os despejos da petroleira Repsol no Parque Nacional Yasuní do Equador.
As companhias espanholas adotam um duplo comportamento na Espanha e na América Latina, algo inaceitável, segundo o Greenpeace, por "enganar" a opinião espanhola.
Outros exemplos dados pela ONG são os hoteis erguidos por grandes cadeias em zonas de manguezal no Estado mexicano de Quintana Roo (sudeste) e a exploração desmedida de recursos pesqueiros de Pescanova, no Chile.
"As multinacionais espanholas não são uma exceção em termos de abusos sociais e de meio ambiente: as empresas norte-americanas certamente não são melhores e as locais tampouco", segundo Mario Rodríguez, diretor de campanhas do Greenpeace.
As empresas espanholas chegaram em massa à América Latina no final dos anos de 1980 e ao longo da década de 1990 durante os processos de privatização de vários países.
Elas se instalaram em setores estratégicos como energia, turismo e pesca, onde hoje ocupam os primeiros postos, quando não lideram, o que, segundo o Greenpeace, as caracteriza como "novos colonizadores".