Crítico ao financiamento das campanhas políticas com dinheiro público, por meio do fundo eleitoral, o deputado estadual Claudio Ferreira, o Paisagista (PL), parece ter mudado de opinião em quatro anos. Em 2020, quando concorreu a Prefeitura de Rondonópolis (212 Km de Cuiabá) pelo Democracia Cristã, o parlamentar repetiu algumas vezes que não receberia dinheiro oriundo de tal tipo de financiamento, neste pleito, no entanto, já recebeu R$ 1,1 milhão da direção nacional do PL, seu novo partido.

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Há quatro anos, Paisagista afirmava que a utilização de recursos públicos na campanha era a origem da corrupção na política e que o recebindo do fundo eleitoral, apesar de legal, era imoral. Na época, o candidato recebeu apenas R$ 334,2 mil de doações de pessoas físicas. Seu maior doador foi o empresário do agro bolsonarista, Odilio Balbinotti Filho, que se tornou financiador de candidaturas bolsonaristas nos últimos anos.

Talvez o entendimento de Paisagista sobre a moralidade do uso do fundo eleitoral tenha mudado por conta
das situações opostas em que esteve e está inserido. Em 2020, concorreu filiado ao DC, partido com uma das menores participações dentro do bolo total do fundo; naquele ano, a sigla recebeu pouco mais de R$ 4 milhões para financiar as candidaturas em todo o país.

Agora, Paisagista disputa pelo PL, legenda que mais recebe dinheiro do financiamento público: R$ 886,8 milhões. No total, R$ 4,9 bilhões reservados no Orçamento 2024 para os 29 partidos políticos.