A mudança de domicílio eleitoral do deputado Ciro Gomes (PSB) deixa em aberto o lançamento das candidaturas do seu partido e do PT ao governo de São Paulo. Ciro diz que pretende disputar a Presidência. Mas aliados do Planalto tentam convencê-lo a concorrer ao Palácio dos Bandeirantes.

O PT definirá sua candidatura estadual somente em fevereiro de 2010. O deputado federal Antonio Palocci (PT-SP), disse que a prioridade é fechar as alianças do partido para a candidatura nacional em torno da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil). 

"A disputa de São Paulo só vai ser discutida depois de fechar cenário nacional. O cenário estadual será decidido a partir do nacional", disse Palocci, um dos pré-candidatos do PT ao governo de São Paulo.

Oficialmente, o PT afirma que terá candidato próprio ao governo paulista. Mas o partido pode abrir mão da disputa se Ciro se lançar candidato. "Agora, tem um ato concreto. Não é só especulação. Vamos aprofundar o diálogo com PSB porque Ciro é liderança importantíssima, leal ao presidente Lula", afirma o presidente do diretório estadual do PT-SP, Edinho Silva.

Da mesma forma que o PT não construirá seu candidato próprio em São Paulo até fevereiro, o PSB também passará pelo mesmo impasse. O presidente da Fiesp, Paulo Skaf, se filiou ao partido de olho no Palácio dos Bandeirantes. A candidatura de Skaf agora depende da decisão de Ciro disputar a Presidência ou não.

Um outro cenário também começa a se desenhar para Ciro: a de vice de Dilma. Edinho disse que a prioridade do PT é construir a vice com o PMDB para solidificar as alianças no Brasil todo. "Mas num processo como esse devemos considerar todas as hipóteses. Mas a prioritária é o PMDB na vice."

Ao se referir a Ciro, Palocci sinalizou que o vê como candidato ao Palácio dos Bandeirantes. "Ciro é muito bem vindo porque é de São Paulo e vai ser muito considerado por nós do PT. Ele traz contribuição ao debate daqui."