Imprimir

Notícias / Brasil

Meirelles diz que ainda não definiu seu futuro emprego

Reuters

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, afirmou neste sábado que sua decisão de se filiar a um partido político não significa que irá pleitear algum cargo eleitoral no ano que vem nas eleições.

"Ainda não decidi o que fazer no próximo ano", disse em Istambul, onde participa do encontro semi-anual do FMI (Fundo Monetário Internacional) e do Banco Mundial.

Na semana passada, Meirelles se filou ao PMDB. Ele é o presidente do Banco Central que mais tempo permaneceu no cargo, quando assumiu a posição logo após o início do primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2003.

Segundo Meirelles, unir-se ao PMDB "deixa um caminho aberto para o futuro, entre outras coisas".

"Ou eu volto para o setor privado ou continuo no setor público, depende de quem vencer as eleições", afirmou. "A terceira opção seria me candidatar a algo".

Sua nova filiação política fomentou especulações de que ele pode pleitear o cargo de governador de Goiás ou uma cadeira no Senado. Antes de assumir o BC, Meirelles trabalhava com bancos.

Ele afirmou que a economia brasileira está se recuperando rapidamente após a crise financeira. "Há uma visão consolidada de que o Brasil é um dos países que sai da crise numa melhor posição, em condições relativamente melhores".

Ele citou a escolha do Rio de Janeiro como cidade-sede da Olimpíada de 2016 como uma evidência "da consolidação da estabilidade brasileira".

"A escolha do Rio também tem impacto econômico", disse, acrescentando que o COI (Comitê Olímpico Internacional) pediu especificamente sua presença antes de tomar a decisão de dar ao Rio a responsabilidade de sediar a competição.

Perguntado sobre um eventual aumento na taxa básica de juros no Brasil, ele afirmou que um fator é a existência de uma "discussão sobre o que será a política monetária em janeiro de 2011", quando o novo governo tomar posse.

"Mas independentemente de quem vencer, há pouco espaço para mudanças na política monetária", disse.

Meirelles é visto como aquele que estabilizou a maior economia da América Latina ao manter a inflação sob controle e um dos responsáveis por guiar o país durante uma das piores crises financeiras em décadas.
Imprimir