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Fernando Henrique Cardoso defende Camargo Corrêa e ironiza PT

Folha Online

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) ironizou na noite desta quinta-feira a ausência do PT da lista de partidos que teriam recebido doação de campanha da construtora Camargo Corrêa, investigada pela Policia Federal na Operação Castelo de Areia, deflagrada ontem. Ele também saiu em defesa da empresa ao dizer que as doações para as legendas "não tinha nada de irregular".

De acordo com as investigações, sete partidos políticos receberam doação ilegal para as eleições municipais de 2008. São mencionados o PSDB, PPS, PSB, PDT, DEM, PP e o PMDB do Pará, que, de acordo com a PF, teria recebido R$ 300 mil. Os valores supostamente recebidos pelos demais partidos não foram mencionados.

Fernando Henrique afirmou que estranhou o fato de o PT não constar na lista de partidos que receberam doação de campanha da construtora Camargo Corrêa. "Terá sido a única empresa grande que não deu dinheiro para o PT. Acho que o PT deve protestar", afirmou o ex-presidente no Conjunto Nacional, em São Paulo, após o lançamento do livro do ex-ministro da Justiça José Gregori (2000-2002).

Ele também disse que desconfia do fato de só as legendas de oposição aparecerem na investigação. "Acho estranho. Tudo estava em segredo de Justiça até o que interessa para a imprensa. Só a partizinha da oposição que aparece."

O ex-presidente classificou de "suspeita" a forma como a informação "sem base, sem prova de caixa 2" foi divulgada.

Ao concluir, FHC saiu em defesa da empreiteira. "O apoio da Camargo Corrêa, pelo que vi, era legal, não tinha nada de irregular."

Investigação

A PF também investiga o suposto desvio de recursos repassados à construtora para obras do governo federal --como a Refinaria Abreu de Lima, em Pernambuco-- e um esquema de lavagem de dinheiro e remessa ilegal de recursos para o exterior --estimado em R$ 20 milhões-- por parte de funcionários de alto escalão da Camargo Corrêa e doleiros cariocas.

A operação resultou na prisão de dez pessoas, entre elas quatro diretores e duas secretárias da construtora Camargo Corrêa e três doleiros. Segundo a PF, um dos articuladores do esquema também foi preso.

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