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General Motors revela plano de fabricar compacto no Brasil em 2011

Folha Online

Quem visita Genebra sai com a lembrança de um belo chafariz de 140 m de altura enfeitando o lago central. É o símbolo de vitalidade e progresso de uma cidade que já enfrentou celtas, romanos e germânicos nesses 2.000 anos de vida. Só que o mar não está para peixe.

Na noite da última segunda-feira, horas antes de o Salão de Genebra abrir para a imprensa, o chafariz secou --desligam a fonte quando venta forte. E esse vento estranho invadiu os sete pavilhões do Palexpo.

Nada comparável ao grande fracasso do Salão de Detroit, em janeiro. As sete montadoras que abandonaram o barco nos EUA marcaram presença na Suíça, entre elas as europeias Ferrari e Porsche. E com muitas novidades.

Mas os holofotes só tinham foco para os carros do povo, aqueles que qualquer simples mortal pode comprar com financiamento. Muitos serão fabricados e vendidos no Brasil.

Em entrevista exclusiva à Folha, Bob Lutz, vice-presidente mundial da GM, revelou que o mais importante lançamento da Chevrolet no salão, o Spark, pode chegar ao Brasil em 2011; na Europa, será lançado no começo de 2010.

"Estamos desenvolvendo os carros para países emergentes, como Brasil e China, na filial coreana da GM, a Daewoo", diz Lutz, com a voz rouca e a língua afiada que o projetaram como um dos gurus da indústria automotiva. E talvez um dos responsáveis pelo declínio da GM.

Viva

A notícia pode significar também a vinda do Cruze, espécie de Vectra com cara de japonês paraguaio. Lutz não confirma, mas diz que a crise não irá abalar os planos globais.

Ele mostrava estar mais preocupado em resgatar a Opel (braço alemão da GM) do poço do que em pensar num plano "mirabolante" para tirar o Celta do caminho do Spark. Acima dele estará o projeto Viva, substituto do Corsa, a ser lançado no Brasil no segundo semestre.

Em comum, o Spark e o Viva terão a grade dividida em duas seções e uma barra da cor do carro unindo os faróis, explica o vice-presidente de design da GM Europa, Mark Adams.

Na Europa, o Spark terá dois motores: um 1.0 (67 cv) e outro 1.2 (79 cv). Segundo a montadora, o menos potente pode fazer até 21 km/l e emitir 120 g/km de CO2 (gás carbônico).

É bem mais do que emite, por exemplo, o Tata Nano --são 98 g/km de CO2 e 24 km/ l, segundo a montadora indiana. "Em 2010, temos planos de vender o Nano no Brasil", diz Ratan Tata, presidente.

Ele não soube dizer se manterá o preço que deu fama ao carro: US$ 2.500. Na Europa, onde será lançado apenas em 2012, certamente não. Precisa adaptar itens obrigatórios como freios ABS e airbag duplo.

Tudo isso --e mais um pouco-- vem de série no novo Polo. Uma funcionária da Volkswagen alemã, que preferiu não se identificar, deixou escapar que o compacto será fabricado, primeiramente, em Pamplona (Espanha), em junho, e depois em São Bernardo do Campo (SP). A previsão seria para o primeiro trimestre de 2010.

Talvez por isso a VW brasileira tenha se empenhado em lançar tantas versões do Polo atual para segurar as vendas. Em quatro meses, veio o GT, o BlueMotion e, nesta semana, o E-Flex, tecnologia que aposenta o tanquinho de gasolina para a partida a frio.
Até o próximo domingo, Genebra promete pegar fogo.
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