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Diretor-geral da PF nega foco sobre os partidos políticos na Operação Castelo de Areia

ABr

O diretor-geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa, negou hoje (26) que a Operação Castelo de Areia tenha tido como foco investigar partidos políticos. A operação, deflagrada ontem (25), resultou na prisão prisão de quatro diretores e duas secretárias da empreiteira Camargo Corrêa, acusados de superfaturamento de obras públicas e remessa ilegal de recursos para o exterior.

As investigações da PF apontam que a construtora teria feito doações ilegais para sete partidos políticos nas eleições municipais de 2008. Corrêa argumentou que o foco da operação eram crimes financeiros e lavagem de dinheiro e que a PF “cruzou com os dados” envolvendo os partidos, e os repassou á Justiça, como é de sua responsabilidade.

“Não foi esse o foco [eleitoral]. Mas se esse foco se caracterizar crime, vamos apurar, independente de partido. A Polícia Federal não atua pautada por questões político-partidárias”, disse, após a cerimônia em comemoração aos 65 anos da instituição, que contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Os partidos que teriam recebido o dinheiro são PPS, PSB, PDT, DEM, PP, PSDB e PS. O DEM afirmou que pedirá à Justiça de São Paulo todos os documentos referentes à operação. E se a solicitação não for atendida, poderá recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF).

“Se esses eventuais repasses são lícitos ou ilícitos, a PF não faz juízo de valor”, afirmou Corrêa, acrescentando que as investigações chegaram ao público por decisão do juiz federal Fausto De Sanctis, que divulgou relatório da PF.

No evento de 65 anos da PF, o ministro da Justiça, Tarso Genro, afirmou que é vedada “qualquer interferência política” no órgão policial.

De acordo com nota da PF, sete mandados de prisão preventiva foram cumpridos, sendo três no Rio de Janeiro e quatro em São Paulo. Outros três mandados de prisão temporária ocorreram em São Paulo. A investigação teve início em fevereiro de 2008.
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