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Em represália à não convocação de general, oposição impede criação de cargos no GSI

Folha Online

Em resposta à movimentação governista que derrubou a convocação do ministro Jorge Armando Felix (Gabinete de Segurança Institucional) na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara, a oposição lançou mão nesta quarta-feira de uma manobra para impedir a aprovação de um projeto que cria sete cargos (comissionados) para o GSI.

Os governistas conseguiram aprovar na CCJ o texto base do projeto que cria, sem concurso público, sete vagas no GSI e outras sete no Ministério da Justiça --com impacto anual de R$ 1,3 milhão, incluindo encargos sociais e benefícios, como gratificação natalina.

Os oposicionistas, no entanto, apresentaram um destaque pedindo que fossem excluídos do texto os cargos do Gabinete de Segurança. O requerimento deve ser votado nesta quinta-feira.

A CCJ da Câmara rejeitou hoje a convocação do ministro. A oposição queria convocá-lo para falar do sistema de segurança do Planalto e também para esclarecer o suposto encontro entre a ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira e a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil).

O líder do PPS, Fernando Coruja (SC), ironizou a criação dos cargos questionando se os novo funcionários não seriam encarregados de apagar o nome das autoridades que visitaram o Planalto.

A oposição questiona as explicações do Palácio do Planalto de que o governo não tem como fornecer cópias das gravações do circuito interno e externo de segurança porque as imagens são descartas após 30 dias. No suposto encontro, Lina teria recebido um pedido para "agilizar" as investigações na Receita sobre familiares do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). Dilma nega a reunião.

Felix disse hoje que o governo já "fez o possível" para esclarecer o suposto encontro. O general afirmou que está à disposição dos parlamentares para prestar esclarecimentos no Congresso e ainda para mostrar como o sistema de segurança do Palácio do Planalto funciona.

"Já fizemos o que era possível para esclarecer. Inclusive foi feito um convite por intermédio dos presidentes da Câmara e do Senado, estendendo o convite a qualquer deputado e senador que queira ir conhecer o funcionamento do sistema de segurança do Palácio. Continuamos à disposição. Os parlamentares que quiserem ir, agora, mais que isso, se tiver que vir aqui esclarecer eu virei", disse.
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