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Dilma rebate críticas ao pacote habitacional e não confirma candidatura

Folha Online

A ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) reiterou hojeque "nem amarrada" ela confirma ser candidata à sucessão presidencial em 2010. Sorridente, a ministra atacou a oposição que a acusa de utilizar o 'Minha Casa, Minha Vida' --que pretende construir 1 milhão de moradias populares até 2010-- com objetivos eleitoreiros. Para Dilma, a oposição é quem antecipa a disputa eleitoral sem se preocupar com as questões prioritárias.

"Vou responder [a essa pergunta se é candidata a presidente da República em 2010], como respondi um dia desses durante o balanço do PAC [Plano de Aceleração do Crescimento]:   "Bom Dia Brasil", da Rede Globo.

Dilma rebateu as críticas da oposição que acusam o governo federal de utilizar com objetivos eleitoreiros o programa de habitação, lançado na manhã de ontem em Brasília. "Essa questão quem antecipa a agenda [é a oposição] não somos nós porque tudo o que o governo faz é visto como eleitoreiro, aí eu concordo com o senador [Romero] Jucá [líder do governo no Senado], que diz se for eleitoreiro beneficiar a população e fazer com que o país cresça, aí todo o programa do governo é eleitoreiro", disse ela.

Segundo a ministra, os partidos de oposição deveriam substituir o discurso crítico pela discussão do mérito e a apresentação de propostas para aperfeiçoar o que vem do Executivo. "O que não é possível é a oposição tentar desqualificar projetos que ela tinha de estar discutindo o mérito e estar dando sugestão. Eu não acho que a pauta de eleição de 2010 tinha de estar sendo colocada agora", disse ela.

O programa "Minha Casa, Minha Vida", lançado ontem pelo governo federal, tem como objetivo construir 1 milhão de moradias para famílias com renda até dez salários mínimos (R$ 4.650).

De acordo com o governo federal, o investimento estimado para o programa é de R$ 34 bilhões, considerando o dinheiro do governo para subsídios e para o fundo garantidor das prestações. A parcela mínima será de R$ 50, enquanto o valor máximo do imóvel a ser financiado é de R$ 130 mil.

Natalidade

A ministra afirmou ainda que não há intenção do governo em lançar um programa de controle da natalidade, como foi há cerca de 30 anos. Segundo ela, a tendência é de as famílias brasileiras terem seu tamanho reduzido, como as dos países de primeiro mundo, e predominar as pessoas mais idosas, diminuindo o número de crianças. Para Dilma, a política de natalidade não pode estar associada exclusivamente ao déficit habitacional.

"Não sei se hoje no Brasil é necessário um controle de natalidade, como foi na década 70", disse Dilma. "O Brasil está mudando bastante a fecundidade das brasileiras. A taxa de natalidade está tendendo para virar a taxa dos países desenvolvidos."

Bem-humorada, Dilma se dirigiu ao jornalista Alexandre Garcia, da Rede Globo, e disse que a tendência no Brasil é de aumentar o número de integrantes do grupo da terceira idade como supostamente são os dois.

"A nossa pirâmide etária está mudando e está tendendo a se transformar numa pirâmide que predominará mais a terceira idade, ou seja nós, predominaremos'" disse Dilma, sorrindo dirigindo-se a Garcia. "A senhora ainda, não", disse o jornalista, educadamente. "E, haverá uma redução das pessoas mais jovens", afirmou a ministra.
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